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Reag negocia troca de controle após operação da Polícia Federal

Listada na B3 desde janeiro, via 'IPO reverso', gestora é alvo de uma investigação da Polícia Federal

Reag Investimentos (Reag Investimentos/Reprodução)

Reag Investimentos (Reag Investimentos/Reprodução)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 1 de setembro de 2025 às 11h43.

A Reag Investimentos está negociando a alienação do bloco de controle da empresa, segundo fato relevante publicado nesta segunda-feira, 1º. A movimentação acontece após a operação Carbono Oculto, da Polícia Federal e da Receita Federal, na semana passada.

A transação está em estágio inicial e "envolve interlocuções com investidores independentes, ainda não identificados", diz o comunicado.

As discussões são preliminares e estão sob acordo de confidencialidade.

A companhia afirmou que, até o momento, não há nenhuma garantia de que a negociação resultará na assinatura de um acordo vinculante ou mesmo na conclusão do negócio.

A Reag Investimentos é uma das principais gestoras independentes do país, com foco em crédito estruturado, fundos imobiliários e ativos alternativos. Fundada em 2008, a casa tem mais de R$ 340 bilhões sob gestão e trabalha com operações de recuperação judicial, private equity e investimentos no setor imobiliário.

A Reag Asset Management Ltda, de João Carlos Mansur, é a acionista controladora da Reag, com 63,93% das ações ordinárias da companhia, de acordo com o site da B3.

A empresa passou a ser listada na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, após a aquisição da GetNinjas, e soma um valor de mercado de R$ 417 milhões.

A operação da Polícia Federal, deflagrada na última quinta-feira, tinha como alvo instituições financeiras suspeitas de serem usadas para ocultar o patrimônio do crime organizado.

A Operação Carbono Oculto

O alvo da operação é uma rede que movimentou mais de R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024, infiltrada em toda a cadeia de combustíveis e no sistema financeiro nacional.

As investigações revelaram que o grupo criminoso controlava desde a importação até a venda ao consumidor final, usando centenas de empresas para sonegar tributos, adulterar combustíveis e lavar dinheiro. Segundo a Receita Federal, só em créditos tributários federais já foram constituídos mais de R$ 8,67 bilhões contra os envolvidos.

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