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Real é a 4ª moeda com maior valorização frente ao dólar em 2025; confira o ranking

Levantamento aponta que ao menos 72 países viram suas moedas se valorizarem em relação ao dólar. O rublo russo, por sua vez, é a moeda que mais se valorizou em 2025 até agora, com alta de 34,2%

Real: moeda se valorizou em relação ao dólar neste ano (RHJ/Getty Images)

Real: moeda se valorizou em relação ao dólar neste ano (RHJ/Getty Images)

Publicado em 14 de maio de 2025 às 09h58.

A valorização do real tem sido um dos destaques econômicos do Brasil em 2025. Segundo a Austin Rating, agência classificadora de risco de crédito de origem, a moeda brasileira foi a quarta com maior valorização frente ao dólar, subindo 10,1% até a terça-feira, 13.

O levantamento aponta que ao menos 72 países viram suas moedas se valorizarem em relação ao dólar. O rublo russo, por sua vez, é a moeda que mais se valorizou em 2025 até agora, com alta de 34,2%.

Para Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, a moeda brasileira subiu por conta do bom relacionamento com a China e os Estados Unidos, que são os dois principais parceiros comerciais do país.

"Quando houve o entendimento entre China e Estados Unidos para reduzir as tarifas para níveis mais razoáveis, o mercado ficou bastante animado", explica. "Esse cenário também diminui o risco de uma recessão nos Estados Unidos e a ameaça de inflação, o que, naturalmente, afetaria outras economias. A China, com a redução das tarifas, também ganha fôlego, já que é uma grande locomotiva do crescimento econômico global", diz.

Além disso, Agostini destaca que informações mais recentes sobre a inflação nos Estados Unidos também contribuíram para a melhora nas perspectivas econômicas.

Na terça, os dados do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos mostraram um desempenho abaixo das expectativas, com o índice anualizado atingindo 2,3%.

Esse resultado está mais próximo da meta de 2% estabelecida pelo Federal Reserve (Fed), o que gerou um aumento no otimismo do mercado. "Esse cenário reforçou a expectativa de que os juros nos Estados Unidos possam cair a partir de julho", afirma.

Quando a taxa de juros nos Estados Unidos é alterada, seja para cima ou para baixo, há um impacto direto nos fluxos de capitais ao redor do mundo, afetando as moedas. Agostini explica que a expectativa de queda de juros nos EUA tende a ampliar o diferencial de juros entre o Brasil e os Estados Unidos, o que pode atrair mais recursos para o país.

"Com isso, há uma expectativa de maior fluxo de recursos entrando no Brasil, especialmente no mercado financeiro", comenta.

No entanto, apesar do cenário externo positivo, Agostini faz um alerta para a realidade interna do Brasil.

O país ainda enfrenta desafios fiscais que precisam ser resolvidos. Embora a situação fiscal tenha melhorado um pouco em relação ao ano passado, o risco fiscal continua sendo uma preocupação para investidores e analistas. "O risco fiscal continua no radar de quem observa a economia brasileira, e isso ainda é um ponto de atenção", afirma.

O economista lembra que a base de comparação para o real em 2025 é elevada, uma vez que o final de 2024 foi marcado por turbulências econômicas. "No final do ano passado, o real foi uma das moedas que mais sofreu no mundo", destaca.

Em novembro, o governo brasileiro anunciou um pacote de corte de gastos, que incluía a isenção de imposto de renda para quem ganhava até R$ 1 mil por mês. Esse anúncio foi mal recebido pelo mercado, gerando um impacto negativo no real.

Em dezembro, mês sazonal para o mercado financeiro, houve um aumento na demanda por remessas de recursos e dividendos para o exterior, o que levou o dólar a quase R$ 6,20 no final do ano. "A base de comparação foi muito elevada devido a todo esse tumulto no final de 2024", explica.

Apesar disso, o economista vê um potencial para uma cotação de moeda ainda melhor, desde que o Brasil resolva os problemas fiscais que ainda pesam sobre a economia.

Confira a lista de 20 países que as moedas se valorizaram:

RANKINGPAÍSMOEDA / PAÍSVAR% NO ANO ATÉ DIA 13/MAI
RÚSSIARUBLO/RUSSIA34,2%
GANACEDI GANA16,6%
SUÉCIACOROA SUECA13,5%
BRASILREAL BRASIL10,1%
NORUEGACOROA NORUEGUESA9,8%
HUNGRIAFORINT/HUNGRIA9,5%
MARROCOSDIRHAM/MARROCOS8,9%
POLÔNIAZLOTY/POLONIA8,7%
REPÚBLICA TCHECACOROA TCHECA8,6%
10ºSUÍÇAFRANCO SUICO7,8%
11ºALBÂNIALEK ALBANIA REP7,7%
12ºZONA DO EUROEURO7,7%
13ºCABO VERDEESCUDO CABO VERDE7,7%
14ºDINAMARCACOROA DINAMARQUESA7,6%
15ºTAIWANNOVO DOLAR/TAIWAN7,5%
16ºBULGÁRIALEV/BULGARIA, REP7,5%
17ºSEYCHELLESRUPIA/SEYCHELES7,5%
18ºSÉRVIADINAR SERVIO SERVIA7,4%
19ºMACEDÔNIADINAR/MACEDONIA6,6%
20ºJAPÃOIENÊ6,4%

Acompanhe tudo sobre:MoedasRealDólarEstados Unidos (EUA)

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