Ouro bate recorde e reservas de bancos centrais disparam (AFP)
Redatora
Publicado em 2 de setembro de 2025 às 19h38.
As reservas de ouro dos bancos centrais atingiram níveis recordes nesta terça-feira, 2, e superaram as de títulos do Tesouro dos Estados Unidos pela primeira vez desde 1996, segundo dados compilados pela Crescat Capital. O movimento foi impulsionado pela forte demanda global pelo metal e as expectativas de cortes de juros pelo Federal Reserve.
Os contratos futuros de ouro chegaram a US$ 3.578 por onça troy em máxima intradiária, enquanto o ouro à vista ultrapassou US$ 3.516, ambos patamares históricos.
De acordo com uma pesquisa feita pelo World Gold Council, a maioria dos bancos centrais planeja aumentar suas reservas nos próximos 12 meses, consolidando o metal como ativo estratégico.
Além da expectativa de corte de 25 pontos-base na taxa de juros pelo Fed em setembro, a valorização do ouro é influenciada pelos juros mais baixos, que tornam o metal mais atrativo frente a ativos que oferecem menor rendimento.
O metal tem apresentado desempenho superior a outros tipos de investimento em 2025. Os índices futuros do ouro acumulam alta de 36% no ano, contra 8% do S&P 500 e 19% do bitcoin. Em agosto, o ouro subiu mais de 3,5%, mantendo uma sequência mensal de ganhos que não tem precedentes desde 1968.
Analistas de Wall Street projetam novos aumentos. O UBS prevê US$ 3.700 por onça até junho de 2026, com possibilidade de atingir US$ 4.000 em caso de deterioração econômica ou geopolítica - o ouro historicamente é um ativo buscado em tempos de conflitos e incertezas. O Goldman Sachs também mantém previsão de US$ 4.000 por onça troy no mesmo período, apoiado pela forte demanda de bancos centrais e ETFs.