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Reunião ministerial de Lula, IPCA-15 e demissão de diretora do Fed: o que move o mercado

Tarifaço de Trump contra Índia e China, leilão do pré-sal e crédito para indústria também estão no radar dos investidores

Luiz Inácio Lula da Silva: presidente reúne ministros para alinhar resposta ao tarifaço (Ricardo Stuckert / PR/Flickr)

Luiz Inácio Lula da Silva: presidente reúne ministros para alinhar resposta ao tarifaço (Ricardo Stuckert / PR/Flickr)

Publicado em 26 de agosto de 2025 às 08h01.

As atenções dos investidores nesta terça-feira, 26, estão voltadas para a repercussão da decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de demitir Lisa Cook, diretora do Federal Reserve (Fed). Trata-se de um movimento inédito, que aumenta a tensão sobre a independência do banco central americano.

Ainda no front externo, os Estados Unidos confirmaram vão elevar para 50% as tarifas sobre produtos da Índia a partir de quarta-feira, 27. A medida é justificada sob a alegação de que o país continua importando petróleo russo.

Trump também reiterou a ameaça de sobretaxa de 200% contra a China, caso não haja acordo sobre exportações estratégicas, como as de ímãs de terras raras. Investidores acompanham ainda tensões comerciais com países que cobram impostos digitais de big techs americanas.

No radar brasileiro

No cenário doméstico, a agenda de Brasília está movimentada. Às 9h, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comanda a segunda reunião ministerial do ano para alinhar respostas ao tarifaço. O governo anunciou ainda um programa de crédito para modernização industrial, no valor de R$ 12 bilhões, via BNDES e Finep.

Outra notícia relevante é o leilão do pré-sal marcado para 4 de dezembro, que envolverá áreas como Mero, Atapu e Tupi e pode render cerca de R$ 15 bilhões ao governo.

Na agenda de indicadores, o destaque desta manhã é o IPCA-15 de agosto, divulgado às 9h pelo IBGE.

Às 8h30, o Banco Central divulga o relatório de transações correntes de julho.

Nos Estados Unidos, os dados de bens duráveis de julho saem às 9h30 e o índice de confiança do consumidor do Conference Board às 11h.

À noite, às 22h30, a China divulga o lucro industrial de julho.

Mercados internacionais

Os mercados internacionais operam em queda nesta terça-feira, 26, em meio ao aumento das tensões comerciais globais. Na Ásia, as bolsas fecharam majoritariamente no vermelho. O Hang Seng, de Hong Kong, caiu 1,18%, enquanto o CSI 300, da China continental, recuou 0,37%, interrompendo uma sequência de quatro altas.

No Japão, o Nikkei 225 perdeu 1,1% e o Topix, 1,08%. O Kospi, da Coreia do Sul, caiu 0,95%, mas o Kosdaq subiu 0,46%. Na Austrália, o S&P/ASX 200 recuou 0,41%.

Na Índia, o Nifty 50 fechou com baixa de 1,02% e o Sensex, de 1,04%.

Na Europa, as bolsas também abriram no campo negativo, pressionadas pelo ambiente externo e por incertezas políticas na França. Por volta das 7h30 (de Brasília), o francês CAC 40 recuava 1,50%, enquanto o alemão DAX caía 0,33%, o europeu Stoxx 600 perdia 0,62% e o britânico FTSE 100 cedia 0,57%.

Nos Estados Unidos, os futuros das principais bolsas estendiam as perdas da véspera na manhã desta terça-feira. Por volta do mesmo horário, os contratos ligados ao Dow Jones caíam 0,11%, os do S&P 500 recuavam 0,05% e os do Nasdaq 100 tinham leve baixa de 0,02%.

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