Iata 2026: Rio de Janeiro sediará evento global da aviação pela terceira vez, com organização da Latam (Emin Sansar/Anadolu via Getty Images)
Repórter Exame IN
Publicado em 2 de junho de 2025 às 07h53.
Nova Delhi, Índia* — A 82ª Assembleia Geral Anual da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) será realizada no Rio de Janeiro em junho de 2026, com organização do grupo Latam.
O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 2 de junho, durante o encontro da entidade em Nova Délhi, na Índia. A última vez que o evento aconteceu na América do Sul foi em 1999, também na capital fluminense.
A escolha da cidade ocorre em um momento de protagonismo do Brasil na agenda global. Nos últimos anos, o país sediou o G20 e megashows internacionais nas areias de Copacabana, como os de Madonna e Lady Gaga.
Quase uma década após as Olimpíadas, o setor aéreo brasileiro terá uma nova prova de fogo em novembro deste ano, quando Belém (PA) recebe a COP30, a conferência climática da Organização das Nações Unidas (ONU).
“Depois de mais de 20 anos, o AGM da Iata está de volta ao Rio — e isso reforça a posição do Brasil como um dos protagonistas da aviação global, hoje e no futuro”, disse Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil.
A realização do encontro no Brasil foi destacada também pelo diretor-geral da Iata, Willie Walsh. Segundo ele, o evento será uma oportunidade para destacar o potencial do setor aéreo na região. “Vemos uma oportunidade significativa na América Latina e no Brasil em particular. É apenas uma questão de tempo até que os fatores convirjam a favor da região”, afirmou.
Walsh reconheceu, no entanto, que a indústria aérea latino-americana ainda enfrenta desafios, como a força do dólar frente às moedas locais. “Somos um setor dolarizado. O combustível, as aeronaves e vários serviços são pagos em dólar, o que dificulta gerar rentabilidade consistente”, disse.
A Iata prevê um lucro de US$ 1,1 bilhão para as companhias da América Latina em 2025, uma leve redução em relação ao valor estimado para 2024 (US$ 1,3 bilhão). A região é a única das seis regiões cuja projeção é de não crescimento sua rentabilidade. Globalmente, a Iata espera um avanço de 11% no lucro do setor em 2025, para US$ 36 bilhões — abaixo, porém, da projeção anterior para o ano de US$ 36,6 bilhões.
Para Walsh, a queda é pontual. “Eu descreveria isso como um ajuste temporário. Continuamos vendo crescimento de 5,8% na região, o que está em linha com a média global”, afirmou.
Anfitriã da assembleia, a Latam transportou 82 milhões de passageiros em 2024, número recorde na história da companhia. A empresa conecta o Brasil a mais de 90 aeroportos. Segundo Cadier, a ideia de trazer o evento ao Brasil começou a ser articulada ainda no ano passado, durante uma visita do presidente Lula ao Chile.
Além do Rio em 1999, a única outra edição da assembleia da Iata realizada no Brasil foi em Petrópolis, em 1947.
A escolha da cidade para sediar o encontro de 2026 também remete ao aniversário de 120 anos do primeiro voo do brasileiro Alberto Santos-Dumont, reconhecido como um dos pais da aviação.
*A repórter viajou a convite da Iata