Nubank: Ações do Nubank sobem quase 10% no pregão de hoje (Nubank/Divulgação)
Repórter de Mercados
Publicado em 15 de agosto de 2025 às 14h47.
Última atualização em 15 de agosto de 2025 às 14h52.
O agronegócio, que sempre foi um ponto forte para o Banco do Brasil, virou o calcanhar de aquiles para o banco estatal, que se viu pressionado pela inadimplência do setor no segundo trimestre de 2025. Os resultados do período reforçaram a distância entre os grandes bancos privados estão tomando do BB – como mostra o ranking dos principais bancos listados na B3.
Mas mesmo o Nubank, listado na Nyse e muito mais jovem que a banco estatal, conseguiu superar a instituição centenária.
Considerando o lucro contábil, sem ajustes, o roxinho teve lucro de US$ 637 milhões, ou R$ 3,41 bilhões, na cotação atual do dólar. O BB, por sua vez, teve ganhos de R$ 3,03 bilhões.
Considerando o número ajustado, o BB teve lucro de R$ 3,784 bilhões no segundo trimestre, uma queda anual de 60% e o menor nível desde 2020. O retorno sobre o patrimônio (ROE) foi de 8,4%, o mais baixo desde 2016. O resultado ficou 30% abaixo do consenso, que já tinha sido revisado para baixo no começo do mês com os dados decepcionantes reportados ao Banco Central.
O banco, no entanto, tira da conta despesas com 'planos econômicos' da conta – um ajuste que faz desde 2014.
"O BB classificou como 'não recorrentes' as despesas de R$ 750 milhões (depois de impostos e ajustes de divisão de lucros) relacionado a planos econômicos – algo que vem fazendo ao longo de toda a série histórica. A questão, contudo, é que dada a grande queda nos lucros, isso agora responde por 20% dos ganhos ajustados", disse o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da Exame) em relatório.
O mercado já não esperava um bom resultado para o BB, mas os números do segundo trimestre frustraram ainda mais as expectativas . Especialmente porque houve aumento das provisões também para a carteira geral da empresa, e não apenas para o agronegócio, que já vinha pressionado.
Na outra ponta, o Nubank teve lucro ajustado de US$ 694,5 milhões, 5% acima do consenso dos analistas da Bloomberg e 42% acima do resultado no mesmo período de 2024. Na cotação atual do dólar, o lucro foi de R$ 3,76 bilhões. Já o ROE do Nu chegou a 28%.
O crescimento foi impulsionado pela expansão da carteira de crédito, melhores margens financeiras líquidas e controle das despesas operacionais.