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São Martinho sobe com aposta do BTG em retomada de alta: 'Hora de aproveitar a virada'

Ação avança com aposta do BTG em recuperação estrutural dos preços do açúcar e retomada do etanol

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 19 de maio de 2025 às 11h28.

Última atualização em 19 de maio de 2025 às 11h51.

As ações da São Martinho (SMTO3) avançam cerca de 2% nesta segunda-feira, 19, entre as maiores altas do Ibovespa, impulsionadas por um relatório do BTG Pactual que reforça a visão otimista para a companhia, mesmo diante do cenário desafiador para preços de açúcar e petróleo.

O banco reiterou recomendação de compra e cortou o preço-alvo de R$ 44 para R$ 39 — o que ainda implica potencial de valorização de 92% sobre o fechamento mais recente.

Segundo o BTG, a ação tem sido penalizada de forma exagerada pela queda nos preços do açúcar e pela possibilidade de cortes na gasolina pela Petrobras, o que impactaria a competitividade do etanol.

Desde o chamado “Dia da Libertação”, quando o presidente Donald Trump anunciou tarifas comerciais mais severas, o Brent recuou 13% e o açúcar, 10%. No mesmo período, SMTO3 acumula queda de 4%.

Ainda assim, os analistas avaliam que o momento atual oferece uma janela de oportunidade para os investidores. “Mesmo em um cenário conservador, com corte de 5% na gasolina e queda nos preços do etanol, a ação ainda oferece um yield de FCF de 12%”, escreveram os analistas Thiago Duarte, Guilherme Guttilla e Gustavo Fabris.

Outro ponto de apoio para a tese é a resiliência da demanda por etanol. O BTG destaca que, nas principais regiões consumidoras, a paridade está abaixo dos 70% — limiar em que o etanol se torna mais vantajoso que a gasolina. Isso deve manter os preços sustentados, mesmo com a entrada em vigor da nova regra de PIS/Cofins.

A São Martinho também aparece como uma das apostas estruturais do banco no setor de açúcar e etanol. A análise aponta que o crescimento da demanda global e a limitação de oferta — já que usinas brasileiras operam perto do limite de capacidade — devem levar a preços estruturalmente mais altos.

Com forte geração de caixa e retorno sobre capital em trajetória ascendente (ROIC deve chegar a 20% em 2027, segundo o modelo do banco), a São Martinho também estuda novas alternativas de alocação de capital. Uma das principais é a expansão da produção de etanol de milho, que tem retorno estimado de 15%. Caso a empresa não siga por esse caminho, os analistas afirmam que a distribuição de dividendos ou recompra de ações se torna a alternativa mais provável.

Mesmo depois de revisar para baixo as estimativas para o ciclo 2025/26, o BTG ainda projeta crescimento de 16% no Ebitda ajustado, para R$ 3,8 bilhões, e uma geração de caixa livre de R$ 950 milhões — o equivalente a um yield de 13,5%.

“A ação ficou para trás em relação às commodities e ao próprio setor. Com a normalização do mix de produtos e forte geração de caixa, seguimos vendo a São Martinho como uma companhia de alta qualidade e com upside relevante”, conclui o relatório.

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