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Selic a 15% e balanço da Petrobras: o que move os mercados nesta quinta

Comunicado do Copom reforçou tom duro e não deu pistas sobre quando o ciclo de cortes de juros deve começar

Publicado em 6 de novembro de 2025 às 07h58.

O mercado financeiro brasileiro deve começar esta quinta-feira, 6, com ajustes após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a Selic em 15% ao ano, em sua terceira reunião consecutiva sem cortes.

O comunicado do Copom reforçou o tom duro e não deu pistas sobre quando o ciclo de cortes da Selic deve começar, segundo especialistas ouvidos pela EXAME.

Após 11 pregões seguidos de alta, que levaram o Ibovespa à máxima histórica de 153 mil pontos, o tom mais conservador do comunicado pode servir de pretexto para realização de lucros nesta sessão.

Na véspera, o Senado Federal também aprovou a isenção do Imposto Renda para salários de até R$ 5 mil. O projeto segue para sanção presidencial e as novas regras de pagamento do IR já terão validade em 2026. A previsão é que até 16 milhões de pessoas sejam beneficiadas.

No radar hoje

O dia começa com atenção ao exterior. Às 9h, o Banco da Inglaterra anuncia sua decisão de política monetária. Às 16h, será a vez do Banco Central do México decidir sua taxa de juros.

No Brasil, às 15h, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) divulga os dados da balança comercial de outubro.

Na agenda de eventos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abre às 10h30 a cúpula de líderes da COP30, em Belém.

Ao longo do dia, o foco global também se volta aos discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano): Michael Barr e John Williams participam de eventos às 13h, Beth Hammack às 14h, Christopher Waller às 17h30, Anna Paulson às 18h30 e Alberto Musalem às 19h30.

O noticiário corporativo promete movimentar o pós-fechamento da B3, com uma safra robusta de balanços. Entre as empresas que divulgam resultados nesta quinta-feira, 6, estão Alpargatas, Assaí, BrasilAgro, Caixa Seguridade, Cogna, Energisa, Fleury, Lojas Renner, Magazine Luiza, Petrobras, Petrorecôncavo, SLC Agrícola, Smartfit, Stone, Suzano e Tenda.

Temporada de balanços

Na última quarta-feira, 5, uma série de empresas da B3 publicaram seus resultados trimestrais. Entre os destaques, está a Axia, antiga Eletrobras (ELET3; ELET6), que reportou um lucro 68% menor no terceiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior.

Já a distribuidora de combustíveis Vibra (VBBR3) registrou baixa de 87% no lucro líquido ajustado no terceiro trimestre de 2025 em relação a igual período de 2024, saindo de R$ 4,201 bilhões para R$ 546 milhões.

Brava Energia (BRAV3), por sua vez, registrou queda de 75,8% no lucro líquido no terceiro trimestre em relação a igual período de 2024, atingindo R$ 120 milhões.

A empresa de tecnologia Totvs (TOTS3) registrou lucro líquido ajustado de R$ 248,7 milhões, alta de 10,2% em relação aos R$ 225,5 milhões do mesmo período de 2024, refletindo o crescimento do EBITDA Ajustado no período.

No mercado de saúde, a Rede D'or São Luiz (RDOR3) reportou lucro líquido de R$ 1,538 bilhão no terceiro trimestre, montante 31,7% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2024.

Já o frigorífico Minerva (BEEF3) divulgou ter registrado lucro líquido de R$ 120 milhões no terceiro trimestre, montante 27,6% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2024.

Mercados internacionais

As bolsas da Ásia fecharam em alta nesta quinta-feira, 6, acompanhando os ganhos de Wall Street após o balanço da AMD impulsionar as ações ligadas à inteligência artificial. O Nikkei 225, do Japão, avançou 1,19%, enquanto o Topix subiu 1,38%.

Na Coreia do Sul, o Kospi teve alta de 0,55%, com destaque para a SK Hynix, fornecedora da Nvidia, que subiu mais de 2%. Já o Kosdaq caiu 0,41%, e o S&P/ASX 200, da Austrália, registrou leve alta de 0,30%.

Na China, o movimento também foi positivo. O Hang Seng, de Hong Kong, saltou 2,12%, enquanto o índice CSI 300, que reúne as maiores empresas listadas em Xangai e Shenzhen, ganhou 1,43%. Em contrapartida, os mercados indianos mostraram fraqueza: o Sensex recuou 0,18%, e o Nifty 50, 0,34%.

Na Europa, os principais índices operavam em queda nas primeiras horas do pregão. Às 7h50 (horário de Brasília), o índice Stoxx 600 recuava 0,10%. O CAC 40, da França, liderava as perdas com queda de 0,45%, enquanto o DAX, da Alemanha, caía 0,16% e o FTSE 100, do Reino Unido, recuava 0,42%.

No mesmo horário, em NovaYork, os futuros operavam mistos. Os contratos do S&P 500 subiam 0,07%, os do Nasdaq 100 avançavam 0,05%, e os do Dow Jones cediam 0,01%.

Os investidores esperam que a Suprema Corte dos EUA possa limitar as tarifas comerciais impostas pelo presidente Donald Trump, após os juízes demonstrarem ceticismo sobre a legalidade das medidas em audiência realizada na quarta-feira.

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