Mercados

Sem tabu: o que pode (ou não pode) ser dito sobre investimentos no Fintwit

Opiniões e palpites são bem-vindos, mas, segundo a CVM, gestores e acionistas não podem fazer recomendações nas redes sociais, induzindo investidor a erros

Twitter: fórum de discussões entre investidores e agentes financeiros sobre o rumo da bolsa (Omar Marques/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Twitter: fórum de discussões entre investidores e agentes financeiros sobre o rumo da bolsa (Omar Marques/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

NF

Natália Flach

Publicado em 17 de agosto de 2020 às 18h22.

Última atualização em 17 de agosto de 2020 às 18h33.

Em um fórum informal do Twitter apelidado de Fintwit, investidores e agentes do mercado financeiro discutem sobre as mais variadas ações e perspectivas para o sobe e desce da bolsa. Ali, todos têm voz — mais especificamente, 280 caracteres em cada mensagem —, mas os figurões da Faria Lima acabam tendo mais vez (e visualizações). É o caso do gestor do Alaska, Henrique Bredda (ou @hbredda), do trader Rafael Ferri (@cafecomferri) do TradersClub e do diretor da Mirae Pablo Spyer (@pablospyer). Mas, afinal, eles podem falar o que quiserem?

Opiniões e palpites são bem-vindos nas redes sociais, assim como nas entrevistas para veículos de comunicação, como a EXAME. O que não pode é recomendar investimentos e induzir os investidores a erros ou divulgar informações de interesse comum a todos sem antes comunicar (ou ao mesmo tempo) os acionistas por meio de canais oficiais, de acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

"Ou seja, os administradores e acionistas controladores: só podem divulgar informações relativas a atos ou fatos relevantes em redes sociais, após ou simultaneamente à divulgação dessas informações pelos meios de comunicação hoje admitidos na Instrução CVM nº 358; e devem divulgar nas redes sociais, assim como em qualquer outro meio ou documento, informações verdadeiras, completas, consistentes e que não induzam o investidor a erro, conforme exigido na Instrução CVM nº 480", afirma o xerife do mercado, em nota.

É papel da CVM, enquanto supervisora de fundos de investimento, acompanhar a "divulgação de informações sobre os fundos de investimento por seus administradores, de modo a garantir o acesso dos investidores a informações adequadas, possibilitando a tomada de decisão de forma consciente e fortalecendo a confiança neste mercado"; e acompanhar "a administração e da gestão dos fundos de investimento, inclusive em relação aos deveres de fiscalização impostos a alguns desses participantes, de modo a garantir o cumprimento da legislação e dos regulamentos, a aderência às normas de conduta e a elevação da capacitação técnica dos profissionais envolvidos, assegurando, assim, um ambiente de credibilidade neste mercado."

As sanções previstas para eventuais infrações às normas vão desde advertência até proibição de atuar no mercado de valores mobiliários.

Acompanhe tudo sobre:bolsas-de-valoresTwitterCVMInvestidores

Mais de Mercados

Despesas financeiras derrubam lucro da Brava Energia no 3º trimestre

Totvs tem alta 10% no lucro ajustado do 3º tri, para R$ 248,7 milhões

Vibra registra queda de 87% no lucro ajustado, para R$ 546 milhões

Minerva lucra R$ 120 milhões no 3º trimestre, alta anual de 27,6%