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Sem trégua para o BB: BBI prevê queda de 44% no lucro do banco em 2025

Projeções pioraram após a queda de 60% no lucro da instituição financeira no segundo trimestre deste ano

Bradesco BBI: banco reitera venda para BB (Rafael Henrique/Getty Images)

Bradesco BBI: banco reitera venda para BB (Rafael Henrique/Getty Images)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 25 de agosto de 2025 às 10h14.

Na esteira de outros agentes do mercado, que estão projetando resultados piores para o Banco do Brasil (BBAS3), o Bradesco BBI também reduziu suas estimativas de lucro para a instituição financeira após um segundo trimestre de 2025 fraco. A casa passou a prever um resultado na ponta inferior do guidance do banco e do consenso do mercado.

O BBI reduziu em 10% sua estimativa de lucro do banco para 2025, resultando em um valor líquido recorrente de R$ 21,3 bilhões, limite inferior da faixa de guidance recentemente estabelecida pela administração (de R$ 21-25 bilhões). O consenso do mercado, com o qual o BBI trabalha, aponta para lucro líquido de R$ 25,3 bilhões. Já para 2026, a casa fez uma revisão de 2% na sua projeção de lucro.

“Nossas projeções implicam uma contração de 44% no lucro de 2025 e recuperação de 20% em 2026, com retorno sobre patrimônio líquido (ROE) de 11,4% e 13,3% em 2025 e 2026, respectivamente, bem abaixo dos 21,4% registrados em 2024”, comentam os analistas.

O movimento ocorre após o Banco do Brasil divulgar uma queda 60% no lucro líquido no segundo trimestre de 2025 — a ação despenca quase 15% no ano.

O preço-alvo de R$ 20 foi mantido, o que reflete um ROE de 13% e um custo de capital próprio (COE) de 19,2%. “Isso implica que o Banco do Brasil deveria negociar a 0,6x o valor patrimonial projetado para 2026”, afirmam.

O Bradesco manteve também a recomendação underperform (equivalente à venda), uma vez que o banco apresenta fraca trajetória de crescimento nos lucros e deterioração do índice de capital.

Esse cenário levou a administração a reduzir o payout  (percentual do lucro distribuído em dividendos) de 45% em 2024 para 30% em 2025. Além disso, o BBI acredita que o consenso sobre lucro, atualmente em R$ 25,3 bilhões, seja revista para níveis mais baixos.

Na semana passada, o Safra reiterou recomendação neutra para o BB e “postura cautelosa”, com o preço-alvo da ação sendo reduzido de R$ 26 para R$ 23. Agora, é a vez do Bradesco revisar suas estimativas, inclusive, abaixo do próprio guidance e do consenso.

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