Mercados

Souza Cruz e AmBev brilham na bolsa com força do consumo interno

Ações das empresas de fumo e bebidas tiveram o melhor desempenho do ano

Inovações, como a lata vermelha da Brahma, ajudaram no desempenho da AmBev em 2010 (Divulgação)

Inovações, como a lata vermelha da Brahma, ajudaram no desempenho da AmBev em 2010 (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2010 às 19h59.

São Paulo – As ações ligadas às bebidas e ao cigarro foram o destaque da bolsa brasileira em 2010. Os papéis da Souza Cruz (CRUZ3) tiveram uma forte alta de 65,78% no ano. Em segundo lugar ficaram as ações da AmBev (AMBV4) com uma valorização de 50,86%. O Ibovespa fechou o ano com uma alta de apenas 1,05%.

Ambas empresas têm forte correlação com a força do consumo interno no Brasil, em uma ano em que o PIB pode ter crescido 7,8%, segundo projeções do mercado publicadas pelo relatório Focus, do Banco Central. Apesar de conhecidas e queridas pelos investidores pelo pagamento de dividendos, este ano foi o fator crescimento que roubou a cena.
 
Souza Cruz
 
A líder do Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, foi a fabricante de cigarros Souza Cruz (CRUZ3). A expressiva alta da empresa no ano veio apesar da redução vista nas vendas no período. Até setembro deste ano, o volume de vendas de cigarros tinha caído 1,6% em relação ao mesmo espaço de tempo do ano anterior.
 
De acordo com a administração da empresa, a queda se deve principalmente ao aumento dos preços, como forma de compensar o aumento dos impostos (IPI, PIS e COFINS). O recolhimento de tributos sobre a indústria cresceu 24% na comparação com o mesmo período do ano passado.
 
A saída foi desviar a atenção para o segmento premium. As boas performances das marcas Free e Dunhill/ Carlton levaram a um aumento de 1,8 ponto percentual no segmento de cigarros Premium. Além disso, a empresa conseguiu elevar o desempenho no mercado interno no último trimestre e superar as estimativas dos analistas.
 
“Apesar de termos esperado uma reversão na tendência de contração vista nas receitas e lucratividade no primeiro semestre, a força das operações domésticas de cigarros, suportadas por uma maior participação de mercado e ganhos de preço, tiveram um efeito compensador, levando a uma alta à margem Ebitda (relação entre EBITDA e receita líquida) de 780 pontos-base”, afirma a analista Juliana Rozenbaum, em relatório.
 
AmBev
 
“A AmBev tem uma perspectiva promissora de crescimento enquanto a economia do país não passe por nenhuma grande volatilidade”, avalia o analista da Daiwa Securities, Toru Sugiura, em relatório. A receita líquida com a venda de cerveja no Brasil avançou 20,3% nos nove meses do ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.
 
A participação de mercado da AmBev em cervejas no Brasil cresceu de 69,4% no terceiro trimestre do ano passado para 71,1% no terceiro trimestre de 2010. O crescimento aconteceu apesar de fortes investimentos de concorrentes em novas marcas no segmento, como a Devassa, da Schincariol.
 
“O número é bastante positivo individualmente, mas a administração também salientou que, apesar de a expansão nas regiões Norte e Nordeste ter ajudado, a inovação lançada pela companhia (lata vermelha da Brahma e a Skol 360) foram importantes catalisadores”, explicam Luis Miranda e Gabriel Vaz de Lima, analistas do Santander, em relatório.
 
Para 2011, a expectativa dos analistas é de que a empresa busque o desenvolvimento das marcas mais Premium, que possuem uma margem de lucro maior. A empresa também anunciou no início do mês o desdobramento das ações na proporção de 1 para 5. Desta forma, os papéis ficaram mais acessíveis para os investidores pessoas físicas.
Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas abertasAmbevBebidasEmpresas belgasEmpresas inglesasSouza Cruz

Mais de Mercados

Ibovespa opera em alta aos 146 mil pontos

BTG Pactual lança ETF de ouro com rendimento atrelado ao CDI

CPI confirma corte de juros nos EUA, mas patamar da inflação preocupa

Usiminas reverte lucro e tem prejuízo de R$ 3,5 bilhões no 3º tri