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S&P mantém nota de crédito dos EUA e diz que tarifas de Trump compensam impacto fiscal

Agência prevê que a receita de tarifas deve compensar parte do impacto dos cortes de impostos; arrecadação já atingiu recorde e dívida pública deve superar 100% do PIB em três anos

Estados Unidos: S&P manteve o rating AA+ ao avaliar que tarifas de Trump compensam parte do impacto fiscal (Tim Graham/Getty Images)

Estados Unidos: S&P manteve o rating AA+ ao avaliar que tarifas de Trump compensam parte do impacto fiscal (Tim Graham/Getty Images)

Publicado em 19 de agosto de 2025 às 07h44.

A S&P Global Ratings manteve nesta terça-feira, 19, a nota de crédito de longo prazo dos Estados Unidos em AA+.

A agência avalia que as tarifas comerciais impostas pelo presidente Donald Trump ajudam a atenuar o impacto fiscal do recente pacote de cortes de impostos e aumento de gastos.

Em julho, a arrecadação com tarifas alcançou um recorde de US$ 28 bilhões no acumulado do ano, o que reforça a expectativa de que essa receita alivie parte da pressão sobre o déficit americano.

Apesar do apoio pontual, a agência mantém a expectativa de que a dívida bruta do governo geral ultrapasse 100% do PIB nos próximos três anos. O déficit médio deve ficar em 6% entre 2025 e 2028, frente aos 7,5% registrados em 2024, ainda em patamar elevado.

Efeito das tarifas

A decisão da S&P oferece algum respaldo à narrativa de Trump de que tarifas são um instrumento para reforçar as contas públicas.

Mas o tema segue em debate entre economistas, que veem uma contradição: a arrecadação depende do comércio, ao mesmo tempo em que a Casa Branca incentiva a produção e o consumo internos, o que pode reduzir receitas futuras.

A avaliação chega em um momento em que os EUA já perderam a classificação máxima das três principais agências. Em maio, a Moody’s rebaixou o país de Aaa para Aa1, citando déficits crescentes. A Fitch e a própria S&P já haviam reduzido a nota americana de AAA para AA+ em anos anteriores, mantendo hoje o país abaixo do triplo A.

Segundo analistas ouvidos pela Bloomberg, o relatório pode oferecer algum suporte ao dólar após dúvidas geradas pelo pacote fiscal de Trump. No entanto, a trajetória da moeda continuará mais ligada às expectativas em torno das decisões de juros do Federal Reserve.

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