Suzano já teria vendido celulose para o China com reajuste (Germano Lüders/Exame)
Redator
Publicado em 22 de agosto de 2025 às 14h56.
Última atualização em 22 de agosto de 2025 às 14h57.
A Suzano (SUZB3) se prepara para elevar os preços da celulose para pedidos feitos a partir do mês que vem, diz a agência de notícias Reuters. Para a China e outros países asiáticos, o aumento da commodity seria de US$ 20 por tonelada. Na Europa e Estados Unidos, a companhia aplicaria reajuste US$ 80 por tonelada.
O BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME) vê o aumento como positivo para a maior companhia do mundo de celulose extraída do eucalipto. Para o banco, embora a implementação seja desafiadora, os preços atuais, próximos de US$ 500/t na China, são insustentavelmente baixos e já pressionam parte da capacidade global ao prejuízo.
Para o BTG, a ação da Suzano segue atrativa e o risco de queda é limitado diante da perspectiva de recuperação gradual da rentabilidade. Às 14h56 (horário de Brasília), o papel subia 2,66% a R$ 53,69.
O Bradesco BBI afirma, pelo seu lado, que o aumento de preço da celulose em US$ 20 a tonelada vinha sendo praticado em pedidos feitos pela China e o reajuste já tinha sido amplamente aceito. Isso, segundo o banco, levou a Suzano a anunciar uma segunda rodada de aumentos de preços de celulose — desta vez, estendendo-se à Europa e à América do Norte.
O banco crê que a implementação de preços move a celulose em direção ao patamar de US$ 550 por tonelada nos próximos meses, apoiada pela melhor sazonalidade da demanda no final do terceiro trimestre e início do quatro trimestre, alívio das tensões comerciais após a extensão da trégua comercial entre Estados Unidos e China e potenciais restrições no lado da oferta, devido ao alto nível de suporte de custos.
O Banco do Brasil aponta que os preços de celulose ficaram ultimamente enfraquecidos nas principais regiões, mas as exportações brasileiras da commodity permaneceram fortes e tiveram incremento de preços médios nos últimos tempos. O BB lembra que produto ficou isento da tarifa de importação adicional de 40% pelos Estados Unidos ao Brasil e deve se manter competitivo naquele país.
O banco cita que o volume brasileiro de exportações de celulose em julho teve ligeira queda na comparação mensal, mas que foi compensada pelo incremento nos preços médios, refletindo a normalização dos embarques para a Europa e os Estados Unidos, após os elevados patamares do mês anterior, enquanto os envios para a China se mantiveram estáveis.