Até agosto, as exportações totais da Ásia cresceram 7% em comparação ao ano anterior, com tecnologia representando mais de 60% desse avanço
Redatora
Publicado em 22 de setembro de 2025 às 15h48.
As exportações de tecnologia da China para os Estados Unidos caíram 70% em agosto em relação ao quarto trimestre de 2024, segundo análise do Goldman Sachs e divulgada pelo Business Insider nesta segunda-feira, 22.
A queda ocorreu após a entrada em vigor de novas tarifas impostas pelo governo do presidente Donald Trump, incluindo a chamada “tarifa do fentanil”, que adicionou 20% a todos os produtos chineses importados a partir de março.
Com a retração chinesa, outras economias asiáticas aumentaram o espaço no mercado norte-americano. Entre o quarto trimestre de 2024 e agosto deste ano, países como Coreia do Sul, Vietnã e Índia elevaram em 80% suas exportações de tecnologia para os EUA.
Apesar da queda no mercado norte-americano, as exportações chinesas de tecnologia para Europa, Ásia e mercados emergentes continuaram crescendo. Em julho, os embarques da China e do restante da Ásia para destinos fora dos EUA avançaram cerca de 20% em relação ao mesmo período de 2024, refletindo a demanda mundial por produtos ligados à inteligência artificial.
Em 2017, quase metade das importações críticas de tecnologia dos Estados Unidos tinha origem na China. A participação deve cair para menos de 20% em 2025, segundo o Goldman Sachs.
A mudança indica uma reorganização das cadeias de suprimentos acelerada pela pandemia e reforçada pelas políticas comerciais de Washington.
O setor de inteligência artificial tem sustentado os resultados. Até agosto, as exportações totais da Ásia cresceram 7% em comparação ao ano anterior, com tecnologia representando mais de 60% desse avanço.
Taiwan foi o país com maior destaque. Mais de 70% de suas exportações estão ligadas à tecnologia, e os embarques avançaram 30% desde o quarto trimestre de 2024, puxados por chips e servidores de alto desempenho voltados a data centers de IA.
De acordo com analistas, a tendência é de continuidade na reconfiguração do comércio, reforçando a desvinculação tecnológica entre Estados Unidos e China e consolidando novos fluxos de exportação dentro e fora da Ásia.