Mercados

Taxas curtas de juros fecham com viés de baixa e longas sobem

Com noticiário fraco e agenda escassa de indicadores, as taxas oscilaram pouco durante a sessão

Juros: taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 passou de 7,54% para 7,52% (Germano Lüders/Exame)

Juros: taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 passou de 7,54% para 7,52% (Germano Lüders/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de setembro de 2017 às 17h38.

São Paulo - Os juros futuros terminaram a sessão regular com taxas perto dos ajustes anteriores e com viés de baixa na ponta curta e em alta moderada nos vencimentos longos.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 (245.555 contratos) passou de 7,54% para 7,52%; a taxa do DI para janeiro de 2021 (153.790 contratos) fechou na máxima de 8,97%, de 8,93%; e a do contrato DI para janeiro de 2023 (29.260 contratos) também encerrou na máxima, de 9,61%, ante 9,55% no ajuste anterior.

Nesta sexta-feira, 15, de noticiário fraco e agenda escassa de indicadores, as taxas oscilaram pouco durante a sessão.

Os contratos de vencimento mais próximo seguiram refletindo a avaliação de que a inflação e a Selic podem cair mais do que o esperado, em função das recentes surpresas com preços de alimentos.

"Há uma certa percepção de que a Selic pode cair um pouco mais. A deflação de alimentos tem chamado a atenção. Na semana que vem teremos o RTI e isso vai ser relevante", disse o economista da Guide Investimentos, Ignácio Crespo.

Nos demais vértices, o mercado absorveu sem traumas a denúncia contra o presidente Michel Temer e ministros do governo, apresentada na quinta-feira pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF), mantendo a percepção de que a contra o presidente será, como da primeira vez, rejeitada pela Câmara.

A denúncia não deve chegar à Casa no curto prazo, porque antes disso o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) analisará a questão de ordem que discute se o andamento da denúncia deve ser "sustado" (suspenso) enquanto não forem esclarecidos problemas descobertos na delação do dono do Grupo J&F, Joesley Batista, e do ex-executivo do conglomerado Ricardo Saud.

A possibilidade de atraso no trâmite da reforma da Previdência em função das denúncias também não abala o mercado. Segundo apurou o Broadcast Político (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), líderes governistas e articuladores do Palácio do Planalto não têm perspectiva de quando haverá ambiente político para votar a proposta.

A ordem na base governista é manter a pauta do plenário ocupada com a Reforma Política e votação de projetos de lei e Medidas Provisórias (MPs), entre elas a proposta que cria o novo Refis.

O viés de alta dos juros longos é explicado, em boa medida, pelo exterior. "Respondem em algum grau ao rendimento dos Treasuries nos EUA, com o mercado já bem menos tão cético sobre a possibilidade de não haver alta de juros este ano", completou Crespo.

Às 16h38, a taxa da T-Note de dez anos estava em 2,202%, do patamar de 2,18% da quinta. Além disso, o dólar esteve em alta ante real durante boa parte do dia.

Acompanhe tudo sobre:Mercado financeiroJuros

Mais de Mercados

Ambipar (AMBP3) cai 50% na bolsa após conseguir proteção na Justiça contra credores

Assaí (ASAI3) fecha entre as maiores baixas do Ibovespa após processar GPA

Ibovespa fecha abaixo dos 146 mil pontos com dúvida sobre próximos passos do Fed

Dólar fecha em alta, a R$ 5,36, após dados fortes sobre economia dos EUA