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Tensão no Oriente Médio, alta do petróleo e dados dos EUA: o que move o mercado

Mercados aguardam os PMIs e vendas de moradias usadas nos EUA, que podem trazer pistas sobre consumo e atividade econômica

Publicado em 23 de junho de 2025 às 08h01.

Os mercados globais iniciam a semana voltados para o Oriente Médio, após os ataques dos Estados Unidos a instalações nucleares no Irã no fim de semana. Segundo analistas, o risco de que Teerã bloqueie o Estreito de Hormuz, por onde passa cerca de 20% do petróleo que abastece o mundo, mantém os investidores em alerta e os preços do petróleo pressionados.

O petróleo Brent chegou a subir 5% durante a madrugada, superando os US$ 80, e embora tenha devolvido parte dos ganhos, segue sustentado pela incerteza geopolítica. A leitura do mercado, por ora, é de cautela, mas sem pânico. Investidores seguem buscando ativos de segurança, como o dólar, à espera de uma definição sobre a resposta do Irã aos ataques.

Os investidores também acompanham uma série de indicadores econômicos. Na Europa, os PMIs preliminares de junho apontaram desaceleração na atividade da zona do euro, do Reino Unido e da Alemanha. Ao longo do dia, saem também os PMIs dos Estados Unidos, além de dados do mercado imobiliário americano.

No Brasil, às 8h sai o IPC‑S da FGV, às 8h25 será divulgado o Relatório Focus pelo Banco Central e, mais tarde, às 15h, saem os dados da balança comercial semanal.

Na agenda de eventos, investidores acompanham discursos de dirigentes do Federal Reserve, incluindo Michelle Bowman, Austan Goolsbee e Adriana Kugler, além da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, que participa de uma sessão no Parlamento Europeu.

Também está no radar uma reunião de emergência da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para discutir a situação do Irã, além do encontro do ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, com Vladimir Putin em Moscou.

Mercados internacionais

As bolsas da Ásia fecharam majoritariamente em baixa nesta segunda-feira. No Japão, o índice Nikkei recuou 0,13%, enquanto o Kospi, na Coreia do Sul, caiu 0,24%. Na China, o CSI 300 fechou em alta de 0,29%, e Hang Seng, de Hong Kong, destoou com ganho de 0,67%, puxado por ações de tecnologia.

Na Europa, os mercados operam no vermelho desde a abertura. Por volta das 8h (horário de Brasília), o índice europeu Stoxx 600 recuava 0,19%, pressionado pelos setores de energia e defesa. O CAC 40, em Paris, liderava as perdas com queda de 0,45%, enquanto o DAX, de Frankfurt, caía 0,19%. O FTSE 100, em Londres, operava próximo da estabilidade, com leve recuo de 0,01%.

Os contratos futuros de Wall Street mostram um mercado cauteloso. O Dow Jones operava praticamente estável, com queda de 0,01%, enquanto o S&P 500 subia 0,07% e o Nasdaq 100 avançava 0,04%.

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