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Trump adia tarifas sobre Europa, PIBs no radar e BC em foco: o que move o mercado

Mercados acompanham divulgação da Pesquisa Focus e reunião do presidente do Banco Central com economistas em São Paulo

Presidente Donald Trump, dos EUA: tarifas de 50% sobre produtos da União Europeia entrarão em vigor só em 9 de julho (Giuseppe Cacace/AFP)

Presidente Donald Trump, dos EUA: tarifas de 50% sobre produtos da União Europeia entrarão em vigor só em 9 de julho (Giuseppe Cacace/AFP)

Publicado em 26 de maio de 2025 às 07h16.

A guerra tarifária global perdeu força nas últimas horas. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu adiar até 9 de julho a aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos da União Europeia, o que deu alívio aos mercados, que reagiram com alta nos futuros de Nova York na noite de domingo. A decisão veio após um telefonema com Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia. Na sexta-feira, Trump havia afirmado que a medida entraria em vigor já em 1º de junho.

O adiamento dá algum fôlego a uma semana carregada de dados econômicos. No Brasil e nos EUA, o destaque é para a divulgação dos PIBs. Também estarão no radar os números de inflação e, por aqui, os dados do mercado de trabalho (Caged), além do resultado consolidado do setor público em abril.

Nesta segunda-feira, 26, a agenda local começa com a divulgação da Pesquisa Focus, às 8h25, seguida pela Nota do Setor Externo do Banco Central, com os dados de transações correntes de abril, às 8h30. Às 15h, o Ministério do Desenvolvimento divulga a balança comercial semanal.

Também está prevista uma reunião trimestral, em São Paulo, entre economistas e os diretores do Banco Central, com a participação do presidente Gabriel Galípolo e de Rodrigo Guillen, a partir das 9h30.

No campo político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne, às 15h, com os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Rui Costa (Casa Civil), em meio às incertezas provocadas pelo recente aumento do IOF — uma tentativa de reforçar a arrecadação que acabou revertida horas depois pelo próprio governo.

Lá fora, os mercados dos Estados Unidos permanecem fechados devido ao feriado de Memorial Day, assim como os do Reino Unido, por conta do feriado bancário.

Mercados internacionais

Na Ásia, os mercados tiveram desempenho misto nesta segunda-feira, 26. A Coreia do Sul se destacou com o índice Kospi avançando 2,02%, alcançando o maior nível desde fevereiro, enquanto o Kosdaq subiu 1,3%. O Japão também registrou ganhos, com o Nikkei 225 subindo 1% e o Topix 0,6%. Por outro lado, a China e Hong Kong fecharam no vermelho, com o CSI 300 caindo 0,57% e o Hang Seng recuando 1,35%, pressionados pelo corte de preços da BYD, que levou à queda de 8,6% das ações da montadora elétrica.

Na Europa, os mercados abriram em alta, impulsionados pelo adiamento das tarifas americanas sobre a União Europeia. Por volta das 7h, o índice Stoxx 600 avançava 1,03%, com destaque para o CAC 40, que subia 1,23%, e o DAX, que ganhava 1,72%. O setor automotivo europeu teve recuperação significativa após as ameaças tarifárias, com BMW, Mercedes-Benz e Volkswagen registrando altas acima de 1,4%.

Nos Estados Unidos, os mercados estão fechados nesta segunda-feira devido ao feriado de Memorial Day. Mesmo assim, os contratos futuros indicavam ganhos, refletindo o alívio dos investidores com o adiamento das tarifas. Por volta das 7h, os futuros do Dow Jones subiam 1%, o Nasdaq futuro avançava 1,32% e o S&P 500 futuro ganhava 1,16%, sinalizando uma abertura positiva para Wall Street nos próximos dias.

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