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Trump compra mais de US$ 82 milhões em títulos nos EUA

Presidente americano realizou mais de 175 compras financeiras entre agosto e outubro, incluindo investimentos em setores que se beneficiam de suas políticas

Os documentos também revelam a compra de títulos municipais de cidades dos EUA, distritos escolares, empresas de energia e hospitais (Anna Moneymaker/Getty Images)

Os documentos também revelam a compra de títulos municipais de cidades dos EUA, distritos escolares, empresas de energia e hospitais (Anna Moneymaker/Getty Images)

Publicado em 16 de novembro de 2025 às 16h29.

Última atualização em 16 de novembro de 2025 às 16h32.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a comprar títulos corporativos e municipais, acumulando pelo menos US$ 82 milhões em operações realizadas entre o fim de agosto e o início de outubro — um movimento que repete práticas adotadas anteriormente por ele.

As novas aquisições incluem investimentos em setores que se beneficiam de políticas implementadas por seu próprio governo, segundo documentos financeiros divulgados neste sábado, 15.

Os formulários publicados pelo Escritório de Ética Governamental dos EUA (OGE, na sigla em inglês) após o fim da paralisação federal, o shutdown, mostram que Trump realizou mais de 175 transações entre 28 de agosto e 2 de outubro. As declarações, feitas sob a Lei de Ética no Governo de 1978, não trazem os valores exatos de cada compra, apenas faixas aproximadas.

As divulgações indicam que o ex-magnata do setor imobiliário continuou a ampliar sua carteira de títulos de empresas que já se beneficiaram, ou estão se beneficiando, das mudanças políticas de seu governo, como a desregulamentação financeira.

Os títulos corporativos adquiridos por Trump incluem emissões de fabricantes de chips como a Broadcom. Assim como Netflix, UnitedHealth Group, Boeing e Intel, companhias nas quais o governo americano também passou a ter participação.

O presidente dos EUA também comprou títulos do JP Morgan. Na última sexta, 14, Trump pediu ao Departamento de Justiça do país que investigasse o banco por suas ligações com o falecido financista e criminoso sexual condenado Jeffrey Epstein. A instituição financeira afirmou que lamenta suas ligações passadas com Epstein e que não o ajudou a cometer "atos hediondos", segundo veículos locais.

Os documentos também revelam a compra de títulos municipais de cidades dos EUA, distritos escolares, empresas de energia e hospitais.

Em agosto, Trump já havia relatado 690 transações, totalizando pelo menos US$ 103,7 milhões em compras de títulos.

Na época, um alto funcionário da Casa Branca disse à imprensa que nem o republicano ou qualquer membro de sua família tomaram as decisões de investimento. As aplicações teriam sido feitas por gestores financeiros independentes, que usaram programas que replicam índices reconhecidos. O funcionário também argumentou que o OGE aprovou os registros.

A declaração anual de Trump, apresentada por ele próprio em junho, indica, porém, que o dinheiro que seus negócios ganham continua indo para o presidente no fim das contas, o que levanta preocupações sobre potenciais conflitos de interesse.

Na declaração anual, que faz referência a 2024, Trump declarou mais de US$ 600 milhões em rendimentos provenientes de criptomoedas, propriedades de golfe, licenciamento e outros empreendimentos.

O documento também mostrou que o investimento de Trump em criptomoedas aumentou substancialmente sua fortuna. A declaração de bens do presidente em junho relatou ativos no valor de pelo menos US$ 1,6 bilhão, de acordo com um cálculo da Reuters na época.

(*) Com informações da Reuters e O Globo

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