Com alta alavancagem, empresa tenta diminuir dívida com desinvestimentos (Raízen/Divulgação)
Redator
Publicado em 2 de setembro de 2025 às 15h46.
Última atualização em 2 de setembro de 2025 às 15h54.
A Raízen (RAIZ4) pode ter a Mitsubishi como sócia, afirma a Bloomberg. Hoje, a distribuidora de combustíveis tem dois controladores: a Cosan (CSAN3) e a Shell, cada uma com 44% de participação na companhia.
A Cosan e a Shell haviam anunciado nesta terça-feira, 2, possíveis investidores interessados em capitalizar a Raízen, mas o comunicado ao mercado não afirmava ter acordo vinculante ou mesmo entendimento com alguma empresa.
Mas a agência de notícias aponta que a Mitsubishi seria uma das interessadas. O jornal Valor Econômico, pelo seu lado, diz que há outros investidores interessados, além da Mitsubishi, e que as propostas seriam entregues até outubro.
O conglomerado japonês tem atuação diversificada, desde automóveis, passando por mineração, até projetos de geração de energia. A Raízen atua na produção de etanol e açúcar, além de combustíveis e geração de energia. Procurada pela EXAME, a Mitsubishi não se manifestou até a publicação desta reportagem.
Na apresentação do último resultado trimestral, a Raízen informou que avaliava um aumento de capital por meio da entrada de um novo sócio. O valor de aporte chegaria a R$ 10 bilhões.
No último balanço trimestral divulgado, a Raízen tinha uma dívida líquida de R$ 49,2 bilhões. A cifra cresceu 56% em relação ao mesmo trimestre do ano fiscal anterior. Do total da dívida, 97% é em moeda local.
A alavancagem (dívida líquida/Ebitda) alcançou 4,5x – a alavancagem do mesmo período do ciclo fiscal anterior era de 2,3x.
Para saldar as dívidas, a Raízen vem realizando um processo de reestruturação da empresa e plano de desinvestimentos. Na semana passada, a companhia informou que levantaria R$ 1,54 bilhão com a venda de duas usinas em Mato Grosso do Sul para a Cocal Agroindústria. Outras vendas de ativos já haviam sido feitas.
Chegou-se a anunciar que a Petrobras (PETR3) (PETR4) seria um dos investidores para a capitalização da Raízen, em meio ao interesse da estatal em voltar a atuar no setor de etanol, mas o possível acordo foi desmentido.