UnitedHealth
Redatora na Exame
Publicado em 13 de maio de 2025 às 10h26.
A UnitedHealth, maior operadora de planos de saúde nos Estados Unidos, anunciou nesta terça-feira, 13, a nomeação de Stephen Hemsley como novo CEO, em substituição a Andrew Witty, que deixou o cargo por motivos pessoais.
A companhia já vinha sob forte escrutínio desde dezembro de 2024, quando o então presidente da UnitedHealthcare, Brian Thompson, foi assassinado em Nova York. Luigi Mangione, americano de 26 anos, é acusado pelo crime.
A companhia também suspendeu sua projeção de resultados para 2025, o que provocou uma queda de cerca de 10% nas ações do grupo no pré-mercado em Nova York nesta manhã.
A mudança na direção tem efeito imediato. Hemsley, de 72 anos, já presidiu a empresa entre 2006 e 2017 e atualmente ocupava o cargo de chairman — função que continuará exercendo.
O executivo ingressou na empresa como diretor de operações em 1997 e agora retorna ao comando com a missão de retomar a meta de crescimento anual de longo prazo entre 13% e 16%.
A companhia realizou uma teleconferência com investidores nesta manhã para detalhar as mudanças.
De acordo com a Bloomberg, suspensão do guidance é atribuída aos custos médicos acima do esperado com beneficiários do Medicare Advantage recém-chegados à base da companhia.
A empresa também indicou que a frequência de uso dos serviços de saúde continuou crescendo, afetando não apenas o segmento de Medicare, mas se espalhando para outras linhas de negócio.
A deterioração do desempenho surpreendeu o mercado, especialmente após a UnitedHealth já ter revisado para baixo sua previsão anual em abril — um movimento raro para a companhia, que historicamente adota uma postura conservadora nas estimativas. Na ocasião, os papéis da empresa despencaram 23% em um único pregão.
Witty chegou a classificar o resultado do primeiro trimestre como “francamente incomum e inaceitável”. A decisão de retirar completamente o guidance da companhia semanas depois indica uma piora rápida no cenário financeiro da UnitedHealth.
Durante o primeiro trimestre, concorrentes do setor não relataram elevações semelhantes nos custos médicos, o que sugere que a UnitedHealth pode ter cometido erros relevantes na precificação de seus produtos.