Usiminas: administração alerta para um cenário de excesso de importações em 'condições desleais' (Nelio Rodrigues/EXAME/Reprodução)
Editor de Invest
Publicado em 24 de outubro de 2025 às 08h47.
A Usiminas (USIM5) registrou prejuízo líquido de R$ 3,5 bilhões no terceiro trimestre de 2025, revertendo o lucro de R$ 185 milhões obtidos no mesmo período do ano passado. A linha final do balanço foi afetada por uma revisão de valor contábil de ativos (impairment) no valor de R$ 2,2 bilhões.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado, por sua vez, cresceu 2% na mesma base de comparação, para R$ 436 milhões. A margem Ebitda ajustada avançou 0,3 ponto percentual para 7%.
A receita líquida apresentou uma retração anual de 3%, para R$ 6,6 bilhões.
O volume de vendas de minério de ferro cresceu 9% nesse mesmo intervalo, para 2,5 milhões de toneladas. A receita líquida de venda da unidade de mineração foi favorecida pelo aumento no preço de referência do minério de ferro no período, da ordem de 4,3%, o que também ajudou a compensar a desvalorização do dólar.
As vendas de aço, por outro lado, retraíram 2%, para 1,1 milhão. O desempenho acompanhou também uma queda na produção, de 15% em aços brutos, e de 2% em laminados. Na comparação com o segundo trimestre deste ano, as vendas avançaram 2,3%. No mercado interno, onde houve um avanço de 1,9%, o impulso veio do segmento automotivo, segundo a Usiminas.
Os custos de produtos vendidos caíram 4% em relação ao terceiro trimestre de 2024, para R$ 6,16 bilhões.
"Os menores custos e redução de despesas na unidade de siderurgia, junto com maiores volumes e preços de vendas na unidade de mineração foram os principais fatores que levaram à melhora dos resultados", diz a mensagem da administração, que acompanha os resultados.
Os investimentos da companhia no terceiro trimestre somaram R$ 266 milhões, cifra 32% maior que a registrada um ano antes.
A Usiminas encerrou o trimestre com fluxo de caixa operacional líquido positivo em R$ 878 milhões.
A dívida líquida recuou 49%, para R$ 327 milhões e alavancagem, medida pela relação dívida líquida e Ebitda ajustado recuou para 0,16x (estava em 0,5x no segundo trimestre deste ano).
A administração alerta para um cenário de excesso de importações em "condições desleais" que impactam não só o setor siderúrgico, como outras indústrias.
"A Usiminas segue confiante que as autoridades responsáveis aplicarão uma medida efetiva para corrigir essas distorções e proporcionar um cenário de isonomia competitiva e que contenha o dano causado pelos produtos subsidiados."
A companhia adiantou que, para o quarto trimestre, espera menores volumes de vendas na siderurgia, por conta da sazonalidade típico do período, enquanto os preços devem apresentar estabilidade. "A expectativa é que os custos sigam em trajetória de queda, com melhoria contínua de eficiência e menores preços de matérias primas.