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Vagas de emprego nos EUA, entrevista de Haddad e balanço da Visa: o que move o mercado

Decisões de juros do Fed e do Copom influenciam os mercados; investidores também monitoram tensão comercial com os Estados Unidos

Visa: a multinacional de rede de pagamentos divulga seus resultados após o fechamento do mercado (Jakub Porzycki/Getty Images)

Visa: a multinacional de rede de pagamentos divulga seus resultados após o fechamento do mercado (Jakub Porzycki/Getty Images)

Publicado em 29 de julho de 2025 às 07h55.

Nesta terça-feira, 29, os mercados operam com cautela na véspera das decisões de juros tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

No cenário externo, os investidores acompanham indicadores e a continuidade da temporada de balanços, enquanto, no Brasil, o foco permanece sobre o impasse comercial com os EUA e os desdobramentos da política monetária.

Nos Estados Unidos, o destaque do dia é a divulgação, às 11h, do relatório Jolts, que mede a quantidade de vagas de emprego em aberto no país e serve como termômetro do mercado de trabalho. O dado será acompanhado de perto por analistas em busca de pistas para o relatório de emprego (payroll) de julho, que será publicado nesta sexta-feira.

No mesmo horário, será divulgado o índice de confiança do consumidor de julho, medido pelo Conference Board. Mais cedo, às 9h30, sai a balança comercial de bens de junho.

Além dos indicadores, os mercados acompanham mais uma leva de balanços corporativos. Antes da abertura em Nova York, divulgam resultados companhias como Procter & Gamble, UnitedHealth e Boeing. Após o fechamento, é a vez da gigante de meios de pagamento Visa.

Nesta terça-feira, também começa a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), que será concluída na quarta-feira. A expectativa majoritária é de que os juros sejam mantidos, em meio a uma postura mais cautelosa do banco central norte-americano diante das incertezas sobre os impactos da nova política tarifária do governo Trump.

No fim do dia, às 19h, será a vez do Banco Central do Chile anunciar sua decisão sobre os juros.

No radar do Brasil

No Brasil, a agenda de indicadores é esvaziada, mas os olhos continuam voltados para a disputa comercial com os Estados Unidos.

Faltando apenas quatro dias para o prazo final imposto por Donald Trump para a entrada em vigor das tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concede entrevista ao vivo à CNN Brasil às 15h.

A expectativa é que Haddad comente os bastidores das negociações, que têm sido conduzidas em paralelo pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo senador Jaques Wagner. O governo brasileiro insiste que não deixará a mesa de negociação, mas reconhece que ainda não há sinal de recuo por parte da Casa Branca.

O Banco Central brasileiro também tem destaque no noticiário. Às 10h30, a autoridade monetária realiza leilão de linha de até US$ 1 bilhão para rolagem de vencimentos de agosto.

Os diretores do Comitê de Política Monetária (Copom) iniciam nesta terça o primeiro dia da reunião que vai definir o futuro da taxa Selic, atualmente em 15% ao ano. A previsão é de que o ciclo de alta iniciado em setembro de 2024 seja interrompido nesta semana.

A incerteza global e o cenário doméstico delicado seguem pesando sobre o humor dos investidores. Ontem, o Ibovespa fechou em queda de 1,04%, aos 132.129 pontos, no menor nível desde abril. A queda foi puxada principalmente pelas ações dos bancos e pela deterioração da percepção de risco com relação ao Brasil.

Mercados internacionais

As bolsas da Ásia fecharam sem direção única nesta terça-feira, 29, com investidores à espera da decisão de juros do Fed e atentos às negociações comerciais entre Estados Unidos e China.

O índice Nikkei 225, do Japão, caiu 0,79%, enquanto o CSI 300, da China, recuou 0,39%. Já o Kospi, da Coreia do Sul, subiu 0,66%.

Na Europa, os principais índices operam em alta, apoiados por resultados corporativos positivos e uma percepção mais branda sobre o impacto das tarifas americanas. Por volta das 7h40, o Stoxx 600 subia 0,97%. O CAC 40, da França, avançava 1,53%, o DAX, da Alemanha, 1,48%, e o FTSE 100, de Londres, 0,70%.

Entre os destaques do dia estão o banco Barclays, que superou estimativas de lucro e anunciou recompra de ações, e a farmacêutica AstraZeneca, que também surpreendeu positivamente e reiterou planos de investir US$ 50 bilhões nos EUA até 2030.

Nos Estados Unidos, os índices futuros operam em leve alta na manhã desta terça, impulsionados pela expectativa com os balanços das big techs e por indicadores econômicos previstos para a semana. Por volta das 7h40, os contratos do Dow Jones subiam 0,14%, os do S&P 500, 0,28%, e os do Nasdaq 100, 0,45%.

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