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Vale: 'É provável que haja dividendo extraordinário'; ação dispara

Preço do minério de ferro e eficiência operacional acima do esperado ampliam espaço para distribuição adicional de proventos, afirma CFO

Vale: Mineradora teve lucro de US$ 2,7 bilhões no terceiro trimestre, alta de 11%

Vale: Mineradora teve lucro de US$ 2,7 bilhões no terceiro trimestre, alta de 11%

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do Exame INSIGHT

Publicado em 31 de outubro de 2025 às 11h43.

Última atualização em 31 de outubro de 2025 às 12h01.

A Vale vê como provável a distribuição de dividendos extraordinários nos próximos meses. A afirmação foi feita pelo CFO, Marcelo Bacci, em teleconferência com os investidores para comentar os resultados do terceiro trimestre, divulgados na noite de ontem, e que vieram acima do esperado pelo mercado.

"A estabilidade da empresa e do mercado está criando melhores condições para dividendos extraordinários nos próximos meses. O preço do minério de ferro está se mantendo consistentemente acima dos US$ 100 por tonelada e a performance operacional, tanto no minério de ferro quanto em metais básicos, tem ficado acima do que esperávamos", disse o executivo.

"Não podemos antecipar a decisão agora porque ainda há algumas coisas para acontecer, mas é provável que haja anúncio de dividendos extraordinários nos próximos meses."

Após a declaração, as ações da Vale, que negociavam em leve alta desde o começo do pregão, intensificaram o movimento e, por volta das 11h40, sobem 2,5%, ajudando o Ibovespa.

A mineradora teve uma geração de caixa robusta no terceiro trimestre, de US$ 2,6 bilhões, reforçada pelo recebimento de US$ 1 bilhão pela venda da Aliança Energia. Mas o desempenho recorrente também surpreendeu, especialmente por conta da melhora na eficiência dos negócios de minério de ferro e na unidade de metais básicos.

O chamado 'custo caixa' em minério ficou em US$ 20,7 por tonelada, queda de 7% sobre os três meses anteriores e estável em relação ao mesmo período de 2025, apesar do aumento dos custos de materiais e do efeito cambial. O indicador ficou praticamente no piso do guidance da companhia para o ano, que girava entre US$ 20,5 e US$ 22 por tonelada.

Em níquel, o custo all-in caiu 32% na comparação anual, para US$ 12,3 mil por tonelada, enquanto em cobre, recuou 65% para US$ 1 mil/t. Em ambos os casos, o guidance de custo foi revisado para baixo.

Nesse contexto, a dívida líquida da companhia recuou 4% sobre o trimestre anterior, chegando a US$ 16,64 bilhões – movendo-se em direção à média da meta estipulada para o ano, que gira entre US$ 10 bi e US$ 20 bi. A companhia já havia sinalizado ao mercado que a intensidade da distribuição de proventos dependeria da trajetória da dívida, com um gatilho relevante caso o indicador chegasse ao patamar de US$ 15 bilhões.

No começo deste ano, junto com a divulgação do balanço do quarto trimestre de 2024, a Vale já havia anunciado uma mudança relevante na remuneração aos acionistas, com a distribuição de dividendos extraordinários de US$ 500 milhões. E abriu um programa de recompra de até 3% das ações em circulação.

Questionado por analistas se essa política de dividendos dependente da dívida líquida poderia ser alterada, Bacci negou. "Pode ser uma coisa para olharmos mais à frente, dependendo das condições de mercado, mas por enquanto está válida", afirmou.

 

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