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Seis meses após tragédia, Vale ganhou R$ 40 bi em valor de mercado

Ações da mineradora subiram 19% desde o 1º pregão após a tragédia com barragem; companhia ainda não recuperou o que valia antes da ruptura

Vale: ações já subiram 19% desde dia seguinte a tragédia com barragem. (Washington Alves/Reuters)

Vale: ações já subiram 19% desde dia seguinte a tragédia com barragem. (Washington Alves/Reuters)

TL

Tais Laporta

Publicado em 25 de julho de 2019 às 18h00.

Última atualização em 26 de julho de 2019 às 12h39.

Seis meses após o rompimento de uma barragem da mineradora Vale na cidade de Brumadinho (MG), a empresa acumulou ganhos de R$ 40 bilhões em valor de mercado – apesar de ainda não ter recuperado o que valia antes do desastre.

Na véspera da ruptura que matou 248 pessoas e deixou dezenas de desaparecidos, a empresa era avaliada pelo mercado em R$ 296 bilhões. As ações caíram 24% no primeiro pregão após o desastre, levando a mineradora a valer R$ 226 bilhões.

Exatamente seis meses depois, a Vale fechou o pregão desta quinta-feira (25) com valor de mercado de R$ 266 bilhões, enquanto suas ações subiram 19% no período. No dia, os papéis fecharam negociados a R$ 50,49, em baixa de 0,32%.

Queda na produção, aumento nas vendas

Mesmo com os problemas enfrentados pela companhia após o rompimento, os analistas mantém o otimismo com os papéis da Vale. A empresa terá que pagar indenizações para remediar a situação de familiares das vítimas, resultado de acordos com as autoridades, além de uma possível forte resistência do poder público para implantar novos projetos da empresa, o que pode encarecer seus custos daqui para frente.

Na quarta-feira, a companhia divulgou uma queda na produção no segundo trimestre, impactada pela ruptura da barragem em Brumadinho, enquanto o volume de vendas cresceu graças à demanda do exterior pelo minério de ferro. O resultado levou o BTG Pactual a manter sua recomendação de compra na ação da empresa.

A equipe da XP Investimentos espera um resultado sólido para a Vale no último trimestre, com estimativa de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de US$ 5 bilhões, graças à valorização nos preços do minério de ferro no mercado mundial e vendas aquecidas.

“Vemos as ações da Vale atrativas, negociando a 3,7x EV/EBITDA 2019, com uma rentabilidade de 10-15% de sua geração de caixa em 2019-20, que pode ser ainda maior com preços de minério de ferro surpreendendo positivamente”, escreveram os analistas da XP a clientes.

O resultado financeiro da Vale no último trimestre deve ser conhecido no próximo dia 31 de julho, após o fechamento dos mercados.

 

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