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Na Vulcabras, investimentos quase dobram no 2º tri, mas dividendos extraordinários estão garantidos

Empresa lucrou R$ 353 milhões no trimestre e anunciou que vai distribuir R$ 300 milhões em proventos extraordinários

Vulcabras evita promoções agressivas para crescer no e-commerce (Eneida Serrano/EXAME)

Vulcabras evita promoções agressivas para crescer no e-commerce (Eneida Serrano/EXAME)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 14 de agosto de 2025 às 19h57.

Última atualização em 14 de agosto de 2025 às 20h26.

Na mesma noite em que divulgou seus resultados sobre o segundo trimestre de 2025, a Vulcabras (VULC3) anunciou a distribuição de R$ 300 milhões em dividendos extraordinários. O valor bruto por ação ordinária é de R$ 1,10429 e será pago aos investidores posicionados na ação em 8 de setembro.  A data do pagamento está prevista para o dia 22 do mesmo mês.

"Com isso, a Vulcabras completa 18 meses de dividendos mensais já aprovados, que somam mais de R$ 741 milhões distribuídos aos acionistas no ano de 2025", afirmou a empresa em comunicado. Em entrevista à EXAME, o CEO Pedro Bartelle destacou que a companhia adota uma estratégia de geração de caixa que permite conciliar crescimento com distribuição de dividendos.

"A Vulcabras é uma grande geradora de caixa. Utilizamos os recursos para alavancar o negócio e, caso haja excedente, os dividendos são pagos aos acionistas", explicou.

A empresa registrou lucro líquido de R$ 353,3 milhões entre abril e junho deste, mais do que o dobro do lucro de R$ 139,6 milhões alcançado no mesmo trimestre de 2024, representando um crescimento de 152,9%. O aumento foi parcialmente impulsionado por uma decisão fiscal favorável à companhia, relacionada a uma ação de PIS/COFINS. Tirando esse efeito, o lucro líquido recorrente foi de R$ 144,9 milhões, com alta de 3,7%.

O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 296,4 milhões, representando um crescimento de 69% em relação ao mesmo período de 2024. O EBITDA recorrente, por sua vez, avançou 8,8% na mesma base de comparação, para R$ 190,8 milhões.

A receita operacional bruta foi de R$ 1,043 bilhão, o que representou um aumento de 17,3% em comparação com o segundo trimestre de 2024. A receita líquida variou 17,6%, para R$ 894,8 milhões.

Empresa evita promoções agressivas no e-commerce

No que diz respeito ao e-commerce, a Vulcabras obteve um faturamento líquido de R$ 132,1 milhões, com crescimento de 33,8% em relação ao ano anterior, e o canal representou 14,8% da receita líquida da companhia.

A empresa destacou que o crescimento não foi impulsionado por promoções agressivas, prática comum nas vendas on-line. Segundo ele, a Vulcabras preza pela saúde das suas marcas e a rentabilidade do negócio.

"O nosso e-commerce é saudável e lucrativo. Não crescemos a qualquer custo, mantendo um equilíbrio entre promoções e rentabilidade", disse Bartelle.

Investimentos quase dobraram ano a ano

Sobre os investimentos, a companhia reportou um aumento de 85,2%, para R$ 66,5 milhões. A Vulcabras tem se preparado para um crescimento mais acelerado, ampliando a capacidade produtiva e contratando mais funcionários. "Estamos antecipando alguns investimentos para capturar a demanda que já está acima das nossas expectativas para este ano", afirmou Bartelle.

Bartelle, que também é conselheiro da associação do setor onde a Vulcabras atua, a Abicalçados, avalia que o contexto macroeconômico desafiador. No entanto, a Vulcabras tem conseguido manter um bom controle sobre sua dívida e não apresenta grandes riscos de alavancagem.

"Mesmo com o cenário macroeconômico desafiador, nossa posição financeira permanece confortável, e continuamos com uma geração de caixa robusta".

A dívida líquida da Vulcabras cresceu de forma relevante entre o primeiro e segundo trimestre, de R$ 10,1 milhões para R$ 139 milhões. Mas o índice de alavancagem medido pela relação dívida líquida e Ebitda, que estava em zero, agora está em 0,2 vez.

O impacto das tarifas americanas

A companhia também vende para o exterior. Bartelle explicoa que, embora a Vulcabras não seja diretamente afetada pelas tarifas dos Estados Unidos ao Brasil, a situação pode acirrar a concorrência com importados asiáticos, que têm custos de produção muito mais baixos. A crescente invasão de excedentes de produção no Brasil pode afetar o mercado interno.

"A questão tarifária não impacta diretamente os calçados esportivos, mas é um desafio para o setor de calçados mais simples e baratos, que competem diretamente com os produtos importados", explica o executivo. No segundo trimestre, a Vulcabras vendeu apenas R$ 33,6 milhões para o mercado externo, uma queda de 10,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

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