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Wall Street e petróleo se recuperam após incerteza comercial entre EUA e China

Mercados reagem positivamente após Trump recuar de ameaças tarifárias contra Pequim, mas especialistas alertam que recuperação ainda é parcial

Possível encontro entre Trump e Xi: mercados esperam mais calmaria com reunião (Montagem EXAME)

Possível encontro entre Trump e Xi: mercados esperam mais calmaria com reunião (Montagem EXAME)

Paloma Lazzaro
Paloma Lazzaro

Estagiária de jornalismo

Publicado em 13 de outubro de 2025 às 20h08.

A Bolsa de Nova York fechou em alta nesta segunda-feira, 13, recuperando parte das perdas após uma mudança de tom do presidente Donald Trump em relação à China. O movimento foi acompanhado por uma recuperação parcial nos preços do petróleo, que também haviam despencado na sexta-feira, 10, após ameaças do presidente americano.

O Dow Jones subiu 1,29%, enquanto o índice Nasdaq avançou 2,29%. O S&P 500 fechou em alta de 1,56%.

Trump recua de ameaças tarifárias

Depois de ter ameaçado novas taxas de até 100% sobre produtos chineses que entram nos Estados Unidos, Donald Trump parece ter recuado.

Nesta segunda-feira, o secretário do Tesouro de Trump, Scott Bessent, disse que a conversa entre Trump e Xi Jinping.

De acordo com Adam Sarhan, da firma 50 Park Investments, trata-se de um cenário que se repete. "Trump usa as tarifas, ou a possibilidade de aplicá-las, como um meio de negociar acordos. O mercado reage e depois se ajusta.", disse à AFP.

As ameaças haviam abalado os mercados financeiros, especialmente Wall Street, cujo índice de referência registrou no fim da semana passada sua maior queda em uma sessão desde abril, quando teve o início dessa guerra comercial tarifária.

"Não a queremos, mas também não a tememos", enfatizou porta-voz do governo chinês ao abordar a disputa comercial com os EUA.

Pequim acusou Washington de abusar do conceito de segurança nacional ao aplicar controles de exportação, especialmente no setor de chips e na tecnologia de fabricação de semicondutores.

Também afirmou que, desde a última rodada bilateral de negociações em Madri, em setembro, os EUA aprovaram uma nova rodada de medidas restritivas direcionadas à China e que a lista de controle de exportação dos EUA ultrapassa 3.000 itens, em comparação com os 900 da lista chinesa.

Para Henry Huiyao Wang, ex-assessor do Conselho de Estado da China e presidente do think tank Center for China and Globalization (CCG), a China já aprendeu a lidar com as pressões de Trump, e os dois países encontrarão algum tipo de equilíbrio.

Petróleo acompanha movimento de recuperação

O preço do petróleo também se recuperou parcialmente nesta segunda-feira, impulsionado pelas declarações mais conciliatórias de Trump sobre a China.

O Brent para entrega em dezembro subiu 0,94%, aos US$ 63,32, compensando parcialmente as perdas da sessão anterior. Já o barril do WTI para entrega em novembro caiu 1%, aos US$ 59,49.

Recuperação ainda moderada

A Casa Branca, no entanto, continua aplicando novas tarifas setoriais, como as destinadas à madeira de construção e ao mobiliário, que entrarão em vigor nesta terça-feira.

Paralelamente à volatilidade provocada pelas tensões comerciais, o mercado aguarda com expectativa a divulgação dos resultados financeiros trimestrais dos grandes bancos americanos, marcando o início da temporada de balanços, o que pode ser um alento para os investidores. Ou trazer um cenário ainda mais incerto.

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