Wells Fargo: ações do banco subiram mais de 3% após divulgação do balanço (Mike Blake/Reuters)
Repórter
Publicado em 14 de outubro de 2025 às 08h31.
O banco Wells Fargo superou nesta terça-feira, 14, as expectativas de Wall Street para o terceiro trimestre e anunciou uma elevação em sua meta de rentabilidade.
A instituição revisou para cima sua projeção de retorno sobre capital tangível (ROTCE) para uma faixa de 17% a 18%, após a retirada de restrições regulatórias que limitavam seu crescimento desde 2017. As ações do banco chegaram a subir 3,3% no pré-mercado de Nova York após a divulgação dos resultados.
O avanço vem depois de o Federal Reserve (Fed) suspender, em junho, o teto de US$ 1,95 trilhão em ativos que havia sido imposto como punição pelos escândalos que atingiram a instituição no passado. A decisão abriu espaço para que o CEO Charlie Scharf acelere os planos de expansão do banco, com foco em aumentar margens e rentabilidade.
No trimestre encerrado em 30 de setembro, o Wells Fargo registrou lucro líquido de US$ 5,59 bilhões, ou US$ 1,66 por ação, acima dos US$ 5,11 bilhões (US$ 1,42 por ação) de um ano antes e também das projeções de US$ 1,55 compiladas pela LSEG.
A receita com margem financeira líquida — diferença entre o que o banco recebe em empréstimos e paga em depósitos — subiu 2% na base anual, para US$ 11,95 bilhões.
O banco também reportou US$ 9,49 bilhões em receitas não financeiras, um crescimento de 9,3% na comparação anual e acima das estimativas de mercado.
O resultado foi impulsionado por cartões de crédito, gestão de fortunas e um salto de 25% nas receitas de investment banking, refletindo a retomada de grandes operações no mercado de fusões e aquisições. A instituição assessorou, por exemplo, a fusão das ferroviárias norte-americanas Union Pacific Corp. e Norfolk Southern Corp., avaliada em US$ 72 bilhões.
Os bancos JPMorgan, Citigroup e Goldman Sachs também apresentam resultados nesta terça. O desempenho do setor é visto como um termômetro importante para a saúde da economia dos EUA, num momento de cortes de juros pelo Fed, desaceleração do mercado de trabalho e incertezas em torno das tarifas comerciais.