Invest

Xiaomi desafia Tesla e BYD e mira em venda de carros elétricos na Europa em 2027

Apesar de tarifas e desafios regulatórios, a meta da fabricante chinesa é se tornar uma das cinco maiores montadoras do mundo nos próximos 15 a 20 anos

A Xiaomi SU7 model electric car is displayed at the Beijing Auto Show in Beijing on April 25, 2024. (Photo by Jade Gao / AFP) (Photo by JADE GAO/AFP via Getty Images) (ADE GAO/AFP/Getty Images)

A Xiaomi SU7 model electric car is displayed at the Beijing Auto Show in Beijing on April 25, 2024. (Photo by Jade Gao / AFP) (Photo by JADE GAO/AFP via Getty Images) (ADE GAO/AFP/Getty Images)

Publicado em 21 de agosto de 2025 às 06h30.

A Xiaomi anunciou que pretende comercializar veículos elétricos na Europa até 2027, mirando competir diretamente com Tesla e BYD. A fabricante chinesa de smartphones vem consolidando seu negócio de carros elétricos na China, que completou um ano, e agora busca expansão internacional.

O presidente da Xiaomi, Lu Weibing, destacou que o aumento de 31% na receita do segundo trimestre foi impulsionado pelo lançamento bem-sucedido do SUV YU7, que já registra alta demanda. Esse crescimento ajudou a compensar a desaceleração nas vendas de smartphones, que caíram 2,1% no período.

A empresa almeja se tornar uma das cinco maiores montadoras do mundo nos próximos 15 a 20 anos. A forte demanda pelo YU7 e a aceleração da segunda fábrica de veículos elétricos devem contribuir para aumentar a margem e alcançar o ponto de equilíbrio até o final de 2025, segundo análise da Bloomberg Intelligence.

Desafios tarifários

Embora a Europa seja vista como um mercado lucrativo para fabricantes chineses, a Xiaomi está diante de enfrentar tarifas de até 48% na exportação, incluindo 10% de imposto básico e taxas compensatórias adicionais de 35% a 38%, impostas pela União Europeia devido a subsídios estatais considerados injustos. Nos Estados Unidos, as tarifas podem chegar a 100%, tornando o mercado praticamente inacessível.

Apesar desses desafios, a demanda pelo SUV YU7 — lançado em junho e parte da aposta de US$ 10 bilhões da Xiaomi em veículos elétricos — continua alta, com tempo de espera para entrega superior a um ano. Lu Weibing afirmou que o modelo de negócios aplicado na China poderá ser replicado na Europa, embora ainda não haja um plano de produto específico para o mercado externo.

Resultados

No trimestre encerrado em junho, a receita da Xiaomi atingiu 116 bilhões de yuans (US$ 16,2 bilhões), com 81.302 veículos entregues, elevando o total do primeiro semestre para mais de 157.000 unidades — caminho para superar o volume de 2024.

A empresa projeta entregar 175 milhões de smartphones em 2025, com crescimento anual de 1% na participação de mercado chinesa.

A divisão de veículos elétricos reduziu suas perdas para cerca de 300 milhões de yuans, e a Xiaomi espera torná-la lucrativa ainda no segundo semestre de 2025. A empresa investiu também em tecnologia de IA e semicondutores, incluindo o chip Xring O1 de 3 nanômetros, com investimento de US$ 7 bilhões previsto para esta década.

O sucesso no mercado de veículos elétricos ajudou a elevar o valor de mercado da Xiaomi em cerca de US$ 120 bilhões no último ano, superando rivais de smartphones e consolidando sua entrada na indústria automotiva global.

Acompanhe tudo sobre:XiaomiCarros elétricosEuropaTeslaBYD

Mais de Invest

Mercados globais operam cautelosos no dia da abertura do simpósio de Jackson Hole

Por que executivos, conselheiros e controladores estão comprando mais ações das próprias empresas?

Banco do Brasil descarta dividendo antecipado após distribuição cair para 30% do lucro

Presidente do conselho de administração da Petrobras renuncia para assumir cargo na ANP