Gastos: ganhar mais não significa pagar mais em diárias de viagens (Ruy Barbosa Pinto/Getty Images)
Repórter de finanças
Publicado em 29 de outubro de 2025 às 06h00.
Viagem é coisa de brasileiro sim e a pesquisa da Brain Inteligência Estratégica comprova: a maioria viaja de uma a mais de três vezes por ano durante feriados e finais de semana (65%) ou férias (53%). Mas quando o assunto é gasto nas viagens, o comportamento é menos expansivo: seis a cada dez viajantes não estão dispostos a gastar mais de R$ 500 numa diária de hotel.
Em média, 9% não gastam mais de R$ 150; 25% gastam de R$ 151 a R$ 300 e 27% gastam de R$ 301 a R$ 500. Os bolsos maiores respondem por 21% da amostra que respondeu que pagaria entre R$ 501 a R$ 1.000 numa diária e pelos 14% que gastam acima disso.
A pesquisa entrevistou 1.283 pessoas, com faixa etária acima dos 21 anos em todas as regiões do Brasil, com margem de erro de 3,5%.
No grupo dos que ganham até R$ 5 mil por mês, a maioria está disposta a gastar até R$ 150. Os que ganham entre e R$ 5 mil a R$ 10 mil e de R$ 10 mil a R$ 20 mil topam pagar R$ 300 no máximo. E mesmo quem recebe acima de R$ 20 mil está dentro da média da pesquisa, aceitando pagar até R$ 500 na diária.
Quase um terço dos entrevistados que fazem parte da geração Z afirmam que só pagariam até R$ 150.
Para Fábio Tadeu Araújo, CEO da Brain, isso ocorre por se tratar de um grupo que está no começo da carreira profissional e tem renda limitada.
“Parte deles, inclusive, ainda não está nem trabalhando, está fazendo um mestrado ou doutorado. E parte deles pode estar ainda na própria graduação. Então a relação com idade faz com que elas estejam no início de carreira e tenham uma renda menor do que as demais gerações”, pontua.
Mas a economia na diária não significa que o brasileiro aceita qualquer lugar. A pesquisa revela que em todos os perfis geracionais o primeiro critério utilizado para a escolha do destino de viagem é o conforto (77%), seguido por preço (53%) e localização (57%).
“A relação de critérios na escolha de hospedagem apresenta grande correlação com a renda das famílias”, pontua Tadeu. Na pesquisa, 48% da amostra que ganha até R$ 5 mil prioriza preço, enquanto 45% dos que ganham até R$ 20 mil prioriza conforto.
Em todas as faixas salariais, porém, a primeira escolha são as cidades de praia – 79% das preferências em viagens curtas e 65% nas viagens longas. Em seguida, vem as viagens para cidades do interior/serra – 28% das viagens curtas e 26% das viagens longas.
A pesquisa também revela que a região de maior interesse dos brasileiros é a Nordeste (60%), seguida pela região Sul (22%) — e essa preferência se mantêm quando analisam os dados por rendas e geração.