Fundos de investimentos: resgates em multimercados recuam no acumulado até setembro de 2025 (Getty Images)
Repórter de finanças
Publicado em 7 de outubro de 2025 às 14h46.
Em um cenário de juros altos, com a Selic a 15%, os fundos de investimentos voltam a perder força. A captação líquida acumulada recuou de R$ 301,9 bilhões, em setembro de 2024 (quando os juros estavam em 10,75%), para R$ 110,9 bilhões em setembro de 2025. Isso representa uma queda de 63,26% ou R$ 191 bilhões a menos.
Os dados foram apresentados durante coletiva da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) nesta terça-feira, 7.
A captação líquida, porém, supera os noves primeiros meses de 2022 e 2023, quando foram registrados resgates líquidos de R$ 9,2 bilhões e R$ 67,9 bilhões, respectivamente no período. Por outro lado, perde para 2021 e 2024, quando, a essa altura, as captações líquidas acumulavam R$ 411,5 bilhões e R$ 301,9 bilhões, respectivamente.
No entanto, a indústria de fundos atingiu um patrimônio líquido de R$ 10,7 bilhões no mesmo período, acima dos R$ 9,4 bilhões ao final de setembro de 2024 — aumento de 10,7%.
O número de fundos cresceu de 31.522 para 32.620 entre setembro de 2024 e o mesmo mês de 2025, também um aumento de 3,5%.
Já o número de contas saiu de 41.326.531 em setembro de 2024 para 42.777.820 em agosto de 2025, crescimento de 3,5%. Enquanto o número de gestores foi de 1.030 para 1.074 de setembro de 2024 para agosto de 2025, avanço de 4,3%.
https://exame.com/invest/minhas-financas/regulamentacao-de-etfs-ativos-no-brasil-deve-entrar-na-agenda-de-2026-da-anbima/Fundos de renda fixa seguem brilhando os olhos dos gestores, com uma captação de R$ 150,2 bilhões até setembro deste ano. Já os fundos de ações e multimercados, em um momento de mais aversão à renda variável, registraram saídas líquidas de R$ 50,4 bilhões e R$ 73,3 bilhões, respectivamente.
Entretanto, os resgates em multimercados foram menores do que em 2024. No ano passado, até setembro, houve uma saída líquida de R$ 197,9 bilhões. Para Pedro Rudge, diretor da Anbima, o primeiro motivo é que boa parte do dinheiro já saiu, e os investidores que restaram são aqueles um pouco mais resilientes.
“O segundo motivo é a performance, que ajuda nessa visão, na construção de retorno de atratividade. Quando a gente olha o retorno médio e o retorno específico de determinadas subclasses no multimercados, vemos retornos interessante e uma recuperação já desenhada”, aponta.
Os fundos multimercado de investimento no exterior, inclusive, tiveram uma captação líquida de de R$ 15,3 bilhões. Além disso, o patrimônio líquido se manteve praticamente estável em R$ 1,6 trilhão entre setembro de 2024 e agosto de 2025.
O PL é impactado por resgate/captação e performance e, neste caso, a performance de 9,1% acumulada no período conseguiu manter o PL dessa classe no mesmo patamar do ano passado.
“A performance, está fazendo com que o investidor consiga voltar a entender esse produto como algo que pode trazer um valor agregado, diversificar o patrimônio, dado a flexibilidade que oferecem”, afirma Rudge.