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Como usar o cartão de crédito de forma inteligente e evitar o rotativo

Juros do crédito rotativo alcançam 451,5% ao ano no Brasil, exigindo que consumidores tenham maior planejamento financeiro

Para um bom uso do cartão de crédito, a recomendação é sempre evitar cair na armadilha do rotativo. (Towfiqu Photography/Getty Images)

Para um bom uso do cartão de crédito, a recomendação é sempre evitar cair na armadilha do rotativo. (Towfiqu Photography/Getty Images)

Luanda Moraes
Luanda Moraes

Colaboradora

Publicado em 29 de outubro de 2025 às 14h47.

Ter um cartão de crédito é lidar com uma tentação sempre à palma da mão, já que ele permite com um simples toque na maquininha parcelar compras grandes e resolver emergências. Contudo, essa praticidade cobra um preço caro quando o consumidor não consegue quitar a fatura integralmente.

É nesse momento que entra em cena o crédito rotativo, uma das modalidades mais caras do mercado financeiro brasileiro. Em agosto, os juros dessa linha atingiram 451,5% ao ano, segundo dados do Banco Central.

Como funciona o crédito rotativo do cartão

O mecanismo do rotativo começa quando o consumidor opta por pagar apenas uma parte da fatura. Pode ser o valor mínimo — geralmente cerca de 15% do total — ou qualquer quantia inferior ao valor integral.

Nesse caso, o saldo devedor se transforma em um empréstimo automático com prazo de 30 dias. Durante esse período, os juros incidem de forma composta sobre o valor não quitado, fazendo com que a dívida cresça rapidamente.

Após o prazo de 30 dias no rotativo, as instituições financeiras são obrigadas a parcelar automaticamente a dívida. Nesse formato, os juros permanecem altos, mas menores que os do rotativo.

Diferença entre rotativo e parcelamento do cartão

Em agosto, a taxa do cartão parcelado ficou em 180,7% ao ano, representando uma queda de 2,7 pontos percentuais no mês e de 1,6 ponto percentual em 12 meses.

Embora essa taxa ainda seja considerada elevada, quando comparada aos 451,5% ao ano do rotativo, fica claro que o parcelamento automático pesa menos ao bolso. Ainda assim, ambas as modalidades devem ser evitadas sempre que possível.

Estratégias para evitar o crédito rotativo

Para um bom uso do cartão de crédito, a recomendação é sempre evitar cair na armadilha do rotativo. Isso porque essa modalidade tende a virar uma bola de neve, sendo uma das maneiras mais rápidas de atingir a inadimplência.

As principais orientações incluem:

  • Pagar o valor total da fatura no vencimento — elimina completamente a incidência de juros e melhora o histórico de crédito.
  • Acompanhar os gastos em tempo real — seja pelo aplicativo do banco ou por planilha de controle, permite identificar quando os gastos ultrapassam a capacidade de pagamento.
  • Definir um limite compatível com a renda — evita o risco de acumular dívidas superiores à capacidade financeira real.
  • Construir uma reserva de emergência — equivalente a três ou seis meses de despesas, funciona como proteção contra imprevistos sem necessidade de recorrer ao crédito caro.
  • Revisar gastos mensais — identificar despesas que podem ser reduzidas ou eliminadas, liberando recursos para o pagamento integral da fatura.

Alternativas para quem já está endividado

Para quem já contraiu dívida no rotativo, a orientação é agir rapidamente. Assim, o primeiro passo é verificar todas as condições: saldo pendente, juros acumulados e taxas adicionais cobradas pela instituição financeira.

Uma alternativa é negociar diretamente com o banco para obter parcelamento com juros menores. Algumas instituições oferecem flexibilidade quando o cliente demonstra disposição para regularizar a situação antes do prazo de 30 dias.

Outras opções envolvem trocar a dívida por modalidades com taxas inferiores:

  • Empréstimo pessoal — apresenta juros menores que o rotativo, embora ainda elevados.
  • Empréstimo com garantia de imóvel ou veículo — pode ter taxas até 12 vezes menores que as do rotativo.
  • Microcrédito — para valores até R$ 3.500, pode ser uma opção acessível mesmo para quem tem score baixo.

Após quitar o empréstimo, é importante também ajustar os hábitos de consumo e identificar onde está sendo o gargalo das dívidas.

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