Inadimplência: brasileiros somam R$ 496 bilhões em dívidas (Tom Werner/Getty Images)
Repórter de finanças
Publicado em 4 de novembro de 2025 às 09h59.
Quando uma pessoa fica endividada, significa que ela tem obrigações financeiras que não consegue cumprir no prazo estipulado. No Brasil, o número de pessoas nessa situação saltou 10,8 milhões em três anos. Em setembro 2022, eram 68,3 milhões de inadimplentes — no mesmo mês de 2025, são 79,1 milhões de pessoas, um aumento de 16%.
Os dados são da pesquisa Mapa da Inadimplência da Serasa de setembro.
Em relação a agosto, houve o ingresso de 318 mil de novos consumidores inadimplentes, uma alta de 0,4%. Já em 2023, esse número era de 71,8 milhões, enquanto em 2024 — altas de 10,2% e 9%, respectivamente.
O Brasil tem atualmente 313 milhões de débitos ativos, que somam R$ 496 bilhões em dívidas. Em 2022, esse número era de R$ 301 bilhões (+65%), enquanto em 2023 era de R$ 366 bilhões (+36%) e, em 2024, R$ 395 bilhões (+26%).
O valor médio das dívidas por pessoa chega a R$ 6.274,82.
O principal motivo das pendências segue concentrado em bancos e cartões de crédito (27,02%), seguido por contas básicas como energia e água (21,33%) e empresas financeiras (19,92%) que oferecem crédito, mas não são instituições bancárias.
“A inadimplência é um processo multifatorial, que envolve uma série de variáveis econômicas, como a taxa de desemprego, a inflação, a taxa de juros, o comprometimento da renda, entre outros”, comenta Fernando Gambaro, especialista da Serasa em educação financeira.
Ressarcimentos por golpe do Pix recuam, mas casos não param de crescerAinda segundo ele, apesar da melhora de alguns índices econômicos, percebe-se que o comprometimento da renda do brasileiro ainda segue em níveis muito altos devido ao valor das suas contas básicas, valor dos itens básicos de consumo, alimentação, entre outros.
Fatores comportamentais, como a educação financeira, que ainda são pouco adotados no dia a dia de muitos brasileiros, também colaboram para esse cenário.
Quando a pessoa não honra com seus compromissos financeiros, isso pode acarretar uma série de consequências, inclusive emocionais e sociais, como:
Muitas empresas credoras, como bancos e financeiras, têm canais próprios para negociação, e já preveem a possibilidade de facilitar o pagamento para quem quer quitar as dívidas.
“Vale lembrar que a pessoa endividada tem direito a contatar a instituição credora e solicitar a negociação, mas é a empresa que define os critérios e as novas condições de pagamento”, afirma Gambaro.
Além disso, o consumidor também pode recorrer a mutirões de negociação e plataformas especializadas, como a própria Serasa, a exemplo do 'Feirão Limpa Nome' que começou nesta segunda-feira, 3, e vai até o dia 30 de novembro.
Nesta edição, são mais de 1,6 mil empresas parceiras de diversos segmentos e 633 milhões de ofertas de negociação em todo o Brasil. Com descontos de até 99% e opções de parcelamento facilitado a partir de R$ 9,90.
A Serasa oferece diversos canais para quem deseja negociar dívidas, inclusive pessoas em situação de superendividamento. O atendimento pode ser feito:
Para o atendimento presencial, é necessário apresentar um documento oficial com foto e CPF, que garantem a consulta correta das informações e a segurança dos dados pessoais.
Os canais oficiais de contato e suporte da Serasa podem ser conferidos no site.