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Na palma da sua mão — literalmente: pagamento com sensor que “lê” veias é testado no Brasil

Cielo, em parceria com a Ingenico, realizou os primeiros testes no Brasil do programa de pagamento biométrico Palm Vein

Inovação: pagamentos por meio da palma da mão começam a ser testados no Brasil (Ingenico e Cielo/Reprodução)

Inovação: pagamentos por meio da palma da mão começam a ser testados no Brasil (Ingenico e Cielo/Reprodução)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 24 de julho de 2025 às 10h32.

Última atualização em 24 de julho de 2025 às 10h46.

O futuro está mais próximo do que se imagina e, para além dos carros voadores, outras tecnologias chegam para revolucionar o dia a dia: imagine realizar um pagamento com a palma da sua mão? É isso que a Ingenico, empresa francesa líder global em soluções de pagamento, pretende fazer.

Em parceria com a Cielo, a companhia iniciou os testes do programa de pagamento biométrico Palm Vein no Brasil. Chamada de Prova de Conceito (POC), ela foi realizada em uma lanchonete na sede da Cielo, em Barueri, dentro do Garagem, laboratório de inovação da empresa de meios de pagamento.

O teste foi um sucesso: transações de crédito com cartões Visa e Mastercard foram efetuadas. Em outros lugares, como na China, o pagamento por meio da palma da mão já é uma realidade, mas, no Brasil, as empresas são as primeiras a testar.

É uma tecnologia desenvolvida pela Ingenico, que já vem sendo testada em outras partes do mundo, como EUA, Canadá e França.

“Ou seja, estamos trazendo uma solução que já foi validada em outros mercados para ser testada e aperfeiçoada com o olhar e a experiência do consumidor brasileiro”, aponta Marin Mignot, CEO da Ingenico.

E como funciona? O sensor utilizado na tecnologia Palm Vein emite uma luz infravermelha que capta o padrão único das veias da palma da mão. Esse padrão é transformado em um template biométrico, que é armazenado de forma segura e criptografada.

“As veias da palma são únicas para cada pessoa, inclusive entre gêmeos, o que garante um nível de segurança e precisão muito alto. Essa leitura é feita sem contato físico, o que também contribui para uma experiência mais higiênica e fluida”, explica Carlos Alves, vice-presidente de Tecnologia e Negócios da Cielo.

No momento da compra, basta posicionar a palma da mão sobre o sensor. O sistema reconhece o usuário e realiza a transação sem a necessidade de cartão físico, celular ou smartwatch. Todo o processo leva menos de 5 segundos.

O sistema, desenvolvido também junto à Fulcrum Biometrics, permite que os consumidores cadastrem sua biometria e a vinculem a qualquer cartão — seja de débito, crédito ou pré-pago, explica o CEO.

De antifraude a menos filas

A novidade pretende transformar os meios de pagamento: “O futuro está mais próximo do que imaginamos. E o pagamento biométrico é uma das tecnologias que promete transformar a experiência no varejo. Elimina a necessidade de celular, cartão ou senha. Basta a palma da mão para se identificar e concluir a transação”, explica o VP de Tecnologia e Negócios da Cielo.

Segundo o executivo, a tecnologia tem um enorme potencial para impulsionar o autoatendimento, permitindo que mais pessoas utilizem caixas rápidos e autônomos, o que melhora o fluxo nas lojas e reduz filas.

Além disso, a tecnologia pode reduzir fraudes, por evitar o uso de cartões, e roubos, por evitar o uso de celulares ou relógios para pagamentos. Em relação à privacidade, os especialistas explicam que os dados biométricos são associados aos cartões e armazenados de forma segura, seguindo rigorosos protocolos de proteção.

“A biometria da palma da mão é considerada uma das formas mais seguras de autenticação. O padrão de veias da palma e circulação do sangue é único para cada pessoa e é praticamente impossível de ser replicado, o que reduz drasticamente os riscos de fraude”, explica o CEO da Ingenico.

Para utilizar, os lojistas teriam que adquirir o equipamento com sensor biométrico de palma, assim como já adquirem outros terminais de pagamento.

O método, no entanto, ainda não tem previsão de implementação. “A tecnologia é promissora, mas estamos em fase de aprendizados. Nosso foco agora é garantir que a solução seja segura, escalável e ofereça uma experiência realmente fluida tanto para os lojistas quanto para os consumidores”, finaliza Alves.

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