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O ouro disparou este ano. Fundos, ETFs ou BDRs: qual a melhor forma de investir?

Ouro se valoriza mais de 20% em 2025: é hora de investir? Confira as alternativas para aplicar no metal precioso

O ouro disparou este ano. Fundos, ETFs ou BDRs: qual a melhor forma de investir? (Pixabay/Divulgação)

O ouro disparou este ano. Fundos, ETFs ou BDRs: qual a melhor forma de investir? (Pixabay/Divulgação)

Juliana Alves
Juliana Alves

Repórter de mercados

Publicado em 17 de maio de 2025 às 08h12.

O ouro ficou ainda mais preciosos para os investidores em 2025 em meio às incertezas causadas nova postura comercial dos Estados Unidos. O metal se valoriza mais de 20% neste ano, a US$ 3.185 por onça – e há quem diga que o metal possa superar os US$ 4.000.

O ativo é considerado uma proteção em períodos de instabilidade econômica, tensões geopolíticas e expectativas de alta de inflação. Na prática, ele é considerado como reserva de valor, para preservar patrimônio quando a confiança no mercado é colocada em xeque.

“O ouro teve um desempenho excepcional durante a estagflação dos anos 1970. Ouro e prata atuaram como importantes reservas de valor quando a bolha das empresas de tecnologia estourou no início dos anos 2000 e durante a crise financeira global de 2008”, diz Isac Costa, advogado e professor do Insper.

Desta vez, o rali do ouro começou já no final do ano passado. O mercado já estava precificando os efeitos das tarifas com certa antecedência, começando a se proteger. Após o anúncio de Donald Trump, o movimento foi amplificado.

"Como o ouro é cotado em dólares, ele tende a se beneficiar da desvalorização da moeda norte-americana, pois se torna mais barato para compradores de outras moedas", diz o head de renda variável da OnField Investimentos, Marcelo Farias.

Como investir em ouro? 

Há várias formas de investir em ouro.  Analistas destacam os fundos temáticos, ETFs e os BDRs como as maneiras menos arriscada de se expor aos metais.

Os ETFs são Exchange Traded Funds, fundos de investimento negociados na bolsa de valores, que possuem características tanto de fundos mútuos quanto de ações. O BDR (Brazilian Depositary Receipt) é um título que representa um ativo no exterior. Neste caso, podem representar ETFs de ouro mais líquidos negociados fora do país.

Considerando os ativos listados lá fora, os ETFs de ouro no ano, de acordo com Quantum Finance:

  • Vaneck Gold Miners (GDX): + 38,55%
  • abrdn Physical Gold Shares (SGOL): +21,64%
  • Ishares Gold Trust (IAU): +20,11%.

O levantamento considera o período de 1 de janeiro e 22 de abril de 2025.

No Brasil, a Investo lançou um ETF para o ouro em março deste ano, o GLDX11. “Faz um mês que ele está disponível na B3 e já levantou mais de 30 milhões de reais”, afirma o CEO da companhia Cauê Macaneras. O ativo replica o desempenho do GDX, o mais líquido ETF de ouro listado fora do país.

As empresas mineradoras de ouro são outra opção. Mas neste caso, fatores internos – como aumento ou diminuição da produção do metal ou maior ou menor nível de endividamento – podem interferir no desempenho da ação.

No Brasil, o destaque fica por conta dos papéis da Aura (AURA33), que oferecem exposição aos preços recordes do metal. Em 2025, os papéis da companhia, que são negociados na B3, se valorizam 37%. Em doze meses, as ações mais que dobraram de valor, com apreciação de quase 150%.

Vale a pena investir em ouro agora?

O timing de compra não é um consenso entre os analistas. Enquanto alguns defendem que o melhor momento de investir em ouro é o quanto antes, respeitando o perfil de risco de cada um, outros observam que o metal está atingindo a máxima histórica. Então, talvez não seja o melhor momento para entrar com um valor muito expressivo a médio prazo.

Para um perfil mais arrojado, a sugestão é entre 15% a 20% de alocação em ouro.

A recomendação dos analistas para um perfil de investidor moderado, que já aceita uma volatilidade, é alocar em torno de 5% a 10% de ouro no portfólio.

O perfil conservador, é recomendável no máximo 5% de ouro na carteira de investimentos.

Confira as alternativas de investimento em ouro:

ETFs de ouro

O desempenho do ETF é muito próximo ao desempenho do ouro. A negociação é semelhante à compra e venda de ações e os custos costumam ser reduzidos em comparação às outras modalidades de investimentos. É a opção de maior facilidade em termos de "experiência de usuário". É um produto regulado, então a responsabilidade recai sobre a gestora e a administradora fiduciária do ETF.

Fundos temáticos de ouro

Há fundos temáticos que podem ter ouro físico ou ouro financeiro. É necessário pesquisar sobre os prazos de cotização e liquidação dos fundos, que em alguns casos podem demorar semanas. O investidor deve escolher um fundo com uma taxa de administração baixa por se tratar de uma estratégia passiva. Além de observar a tributação regressiva de renda fixa e come cotas semestralmente em maio e novembro. As taxas de administração provavelmente serão maiores que as dos ETFs, bem como o mecanismo de aporte e resgate.

Stablecoins e tokens lastreados em ouro

São ativos ainda não regulados e o risco depende da reputação e dos controles da empresa que emite os tokens. É fundamental que o investidor fique alerta contragolpes e possua algma garantia de que os ativos que servem de lastro para o token realmente existam e que a paridade de preços seja mantida ao longo do tempo.

A popularidade deste tipo de ativo tem aumentado, mas há certa complexidade na manutenção das chaves e, caso o investidor opte por custodiar em uma exchange, existem o risco de perda dos ativos por problemas de segurança cibernética ou colapso da própria exchange que faz a custódia.

Ações de mineradoras

Por um lado, os papéis permitem uma exposição ao ouro mesclada com os riscos inerentes à companhia e ao país na qual se encontra. Trata-se de uma exposição indireta, tomando como premissa uma correlação positiva entre o preço do ouro e a cotação das ações da companhia, o que pode não ser observado em certos cenários. Por outro lado, investir em empresas tem um benefício adicional: o pagamento de dividendos.

BDRs

São recibos de depósitos de ativos emitidos no exterior e negociados no Brasil. Os riscos e características acompanham o do ativo "encapsulado" no BDR (pode ser um ETF ou ação, por exemplo). A liquidez pode ser reduzida no mercado brasileiro e pode haver divergências temporárias na precificação do ativo negociado no Brasil e o ativo negociado no exterior, a depender da atuação de arbitradores de preços e formadores de mercado.

Derivativos

Contratos a termo, contratos futuros e opções tendo ouro como ativo subjacente também podem ser uma alternativa, propiciando alavancagem, o que pode amplificar ganhos e perdas. Esses instrumentos exigem conhecimento de sua sistemática, envolvendo pagamento ou recebimento de prêmios ou ajustes diários e, conforme o caso, depósito de margem. Os custos de negociação também poderão ser maiores.

Barras de ouro

Uma forma menos usual e mais complexa de compra e venda de ouro, devido à dificuldade de armazenar com segurança. Além disso, a procura pelo metal físico é menor.

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