Novo recurso do Pix permitirá pagamentos por aproximação (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Redatora
Publicado em 24 de fevereiro de 2025 às 17h27.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2025 às 17h35.
A partir desta sexta-feira, 28, usuários de celulares Android poderão utilizar o Pix para pagamentos por aproximação, integrando a funcionalidade a carteiras digitais. Com isso, será possível realizar compras apenas encostando o aparelho na maquininha, como já ocorre com cartões de débito e crédito.
Nos pagamentos online, a novidade permitirá a finalização de compras com apenas um clique, eliminando a necessidade de copiar QR Codes ou acessar o aplicativo do banco. O processo será concluído diretamente no site da empresa que vende o produto ou serviço.
O recurso vinha sendo testado desde novembro por um grupo restrito de instituições financeiras e empresas de tecnologia. Entre os participantes do piloto estavam os principais bancos do país, algumas maquininhas e iniciadores de transação de pagamento (ITPs), responsáveis por conectar lojistas e instituições financeiras.
A partir desta sexta, os bancos serão obrigados a autorizar transações iniciadas por um ITP. No entanto, a adesão ao Pix por aproximação, tanto por aplicativos bancários quanto por maquininhas, será opcional. A expectativa, porém, é que a concorrência entre as instituições financeiras incentive uma adoção ampla do serviço.
O Banco Central (BC) recomenda que os clientes verifiquem com seus bancos se a funcionalidade já está disponível.
Usuários de celulares Android poderão utilizar o serviço no Google Pay, carteira digital da gigante da tecnologia. O Google Pay, que já testava o recurso desde novembro com C6 Bank, PicPay e Itaú (através da maquininha Rede), ampliou suas parcerias para incluir mais 11 adquirentes:
A Apple não solicitou licença ao BC para atuar como ITP, o que impede o funcionamento do Pix por aproximação no Apple Pay. Recentemente, a empresa foi obrigada pela União Europeia a permitir carteiras digitais concorrentes em seus dispositivos, mas ainda não há previsão para esse movimento no Brasil.
Para usar o novo serviço, os consumidores precisarão cadastrar suas chaves Pix na carteira digital ou diretamente em sites e aplicativos de lojas. A autorização será feita junto ao banco, dentro do ambiente da carteira digital ou do e-commerce.
Para cada transação, será exigida autenticação via biometria, reconhecimento facial, senha ou chave de segurança, o que deve reduzir fraudes e aumentar a segurança das operações.
A nova funcionalidade do Pix deve impulsionar seu uso no comércio e em serviços, especialmente porque as transações ainda são dominadas por transferências entre pessoas (45%).
Hoje, pagar com Pix no varejo pode ser mais demorado do que com cartão, exigindo que o usuário abra o aplicativo do banco, copie um código e aguarde a confirmação da compra. A simplificação desse processo pode reduzir o abandono de carrinhos no comércio eletrônico e agilizar pagamentos presenciais.
Segundo o BC, pagamentos por aproximação já representam 65% das transações presenciais com cartões no Brasil. A expectativa é que o Pix siga essa tendência.
Além da praticidade, o Pix por aproximação pode reduzir custos para lojistas, já que as taxas cobradas por transações Pix costumam ser menores que as de cartões.
Atualmente, o Pix já é o meio de pagamento mais usado no Brasil, com [grifar] mais de 16 bilhões de transações no terceiro trimestre de 2024 , contra 5 bilhões do cartão de crédito.