Seguros: homens e mulheres solteiras pagam mais taxas do em outros estados cívis (Jackyenjoyphotography/Getty Images)
Repórter de finanças
Publicado em 27 de agosto de 2025 às 09h03.
Última atualização em 27 de agosto de 2025 às 10h12.
Os preços dos seguros de carros estão no menor nível dos últimos 13 meses. é isso que aponta o Índice de Preço do Seguro de Automóvel (IPSA) desenvolvido pela TEx, braço de seguros da Serasa Experian. O IPSA caiu para 5,1% do valor do veículo em julho, ante 5,6% em julho de 2024, uma queda anual de 8,9%.
Já o Índice de Preço ao Seguro de Moto (IPSM) bateu recorde no período: 10,1%, o que amplia a diferença entre auto e moto para 5 pontos percentuais – a maior da série histórica. Em julho do ano passado, o IPSM estava em 9%.
Os valores referem-se aos percentuais que o seguro representa em relação ao valor do veículo em julho de 2025.
Carros mais baratos? Com IPI Verde, veículos 1.0 flex podem ter mais de R$ 3 mil de descontoDe acordo com Emir Zanatto, head de seguros da Serasa Consumidor, o preço do seguro reflete em grande parte a propensão ao risco que as seguradoras calculam para cada combinação de fatores, tanto para auto, quanto para moto.
“No caso da moto, por características próprias deste tipo de veículo, as chances de sinistro, sendo queda, roubo ou furto, acabam sendo estatisticamente maiores, o que resulta num patamar mais elevado da taxa do seguro”, diz.
Outro ponto de destaque do estudo foi as faixas etárias: quando observado a idade, o seguro de automóveis entre os mais jovens, entre 18 e 25 anos, caiu de 9,3% para 8,6%. Entre 26 a 35 anos, a faixa etária também reduziu de 6,9% para 6,5%.
A distância entre a faixa de 18 a 25 anos para os 56 ou mais fica em 4,4 p.p., com esse segmento registrando um IPSA de 4,2%. De acordo com o estudo, o movimento sugere ajuste de risco entre os mais jovens, mas o “prêmio etário” persiste.
“Um dos fatores que sempre fizeram os jovens terem seguro mais elevados é a falta de informação sobre o comportamento e perfil de risco do indivíduo. Isso tem mudado por parte de algumas seguradoras que estão usando outros dados correlacionados para ter uma melhor precificação”, afirma Zanatto.
Ao olhar para moto, o IPSM em julho de 2025 a lacuna etária fica mais evidente: 18 a 25 anos (16,1%) contra 56 ou mais (6,9%) — uma diferença de 9,2 p.p.. Os jovens também mostraram maior volatilidade, oscilando de 14% para os 16,1% em 12 meses.
As regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e de São Paulo seguem com as maiores altas no preço dos seguros por região, tanto para carro como para moto. Rio de Janeiro registrou as seguintes variações para carro (6,6%) e moto (15,2%), enquanto São Paulo registrou aumentos de 5,3% e 13,1%, respectivamente.
Os valores dos seguros também variam por estado civil e gênero. Entre homens e mulheres, homens pagam mais, tanto em motos como em carros. O estudo de julho mostrou que o IPSA de homem chegou a 5,4% e 10,3%, respectivamente, enquanto das mulheres chegou em 4,8% e 9,6%, nesta ordem.
Em relação ao estado civil, são os solteiros que desembolsaram maiores valores em julho, tanto homens e mulheres, para motos e carros: homens (carro, 6,5%; moto, 11,8%) e mulheres (carro, 5,7%; moto, 10,3%). Já os menores valores do IPSA e IPSM para mulheres foi com No estado civil ‘casadas’, enquanto para homens foi ‘viúvos’.
“Há uma questão estatística e de cultura: pessoas solteiras de expõem mais a riscos, seja por maior circulação, frequência em bares e casas noturnas. Esse é um comportamento que vale para homens e mulheres, mas em homens o impacto é ainda maior. Esse comportamento também é precificado em divorciados”, conclui Zanatto.