BDRs: Prosus passará a negociar na B3 a partir de segunda-feira, 27 (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)
Repórter de finanças
Publicado em 23 de outubro de 2025 às 13h08.
A empresa holandesa de investimentos em tecnologia Prosus, controladora de companhias como o aplicativo de delivery iFood, a plataforma de reservas de viagens Decolar e o e-commerce OLX, começará a negociar Brazilian Depositary Receipts (BDRs) na B3 a partir de segunda-feira, 27..
O investidor brasileiro vai poder comprar e vender, pelo home broker, o ativo que será negociado com o ticker PRXB.
O BDR da Prosus é lastreado nas ações da companhia, negociadas na bolsa de Amsterdã. O papel é negociado, atualmente, próximo dos 59 euros (R$ 369).
A holding também tem recibos negociados nos Estados Unidos (ADRs) e que hoje estão na casa dos US$ 13 (R$ 70).
O valor do BDR será o equivalente ao de dois ADRs, pela cotação do dia.
Sediada na Holanda, a Prosus é controlada pela sul-africana Naspers e concentra suas operações em comércio eletrônico voltado para alimentação e estilo de vida. Atua principalmente na América Latina, incluindo o Brasil onde está presente há cerca de 20 anos, Índia e Europa. A companhia tem 2 bilhões de clientes em todo o mundo.
"Com sede em Amsterdã, a Prosus está construindo um poderoso ecossistema de empresas de tecnologia interconectadas, projetado para liberar sinergias e multiplicar valor ao longo do tempo", afirma a companhia, em comunicado.
No início deste ano, o iFood comprou uma participação de 20% na empresa de tecnologia CRMBonus, por um valor não divulgado.
Alguns meses atrás, também circularam notícias que o iFood estaria em negociações para adquirir a Alelo, uma das principais empresas do mercado de benefícios corporativos, por aproximadamente R$ 5 bilhões.
Barreto, no entanto, preferiu não comentar os rumores — disse a Reuters.
Para além da América Latina, a Prosus segue em expansão internacional, tendo anunciado recentemente a aquisição de uma plataforma de reservas de viagens online na Índia, país que abriga alguns dos maiores empreendimentos do grupo.
"A listagem na B3 aprofundará nossos laços com a região e convidará mais investidores locais a compartilhar nossa visão de longo prazo de construir um futuro impulsionado por IA para o e-commerce de lifestyle.”, afirmou Diego Barreto, head da Prosus América Latina e CEO do iFood.
Um BDR (Brazilian Depositary Receipt) é um certificado que representa ações de empresas estrangeiras negociadas na B3, a bolsa de valores brasileira. Em vez de comprar diretamente uma ação listada em Nova York, Londres ou Hong Kong, o investidor pode adquirir um BDR no Brasil — que reflete o desempenho do ativo no exterior.
Funciona como uma “versão brasileira” de uma ação estrangeira. Um banco depositário brasileiro adquire ações de uma empresa fora do país e as mantém custodiadas. Em seguida, o banco emite recibos (BDRs) equivalentes a essas ações e os disponibiliza para negociação na B3.
Quando a ação sobe ou cai lá fora, o BDR reflete essa variação, já ajustada pela taxa de câmbio e pelas taxas administrativas. Exemplo: um BDR da Apple (AAPL34) acompanha o preço das ações da Apple negociadas na Nasdaq, mas convertido para reais.
Existem dois tipos principais:
Até 2020, apenas investidores qualificados (com mais de R$ 1 milhão investidos) podiam negociar BDRs. Desde outubro de 2020, a CVM liberou o acesso para qualquer investidor pessoa física, o que democratizou o mercado. Hoje, qualquer pessoa com conta em corretora habilitada pode comprar BDRs na B3.
Sim. Quando a empresa estrangeira paga dividendos, o valor é convertido para reais e repassado aos detentores dos BDRs, já com o desconto de impostos internacionais e taxas de câmbio. É importante lembrar que o valor recebido pode ser menor que o pago originalmente pela companhia, devido à conversão e encargos.
Os ganhos de capital (lucros na venda dos BDRs) seguem a mesma regra das ações:
Dividendos pagos por empresas estrangeiras também são tributados na fonte no país de origem.
Depende do perfil do investidor. Para quem busca diversificação e exposição internacional, os BDRs são uma forma prática e acessível. Já para perfis conservadores ou quem não quer lidar com variação cambial, pode ser melhor priorizar ativos nacionais. O ideal é equilibrar a carteira com ativos brasileiros e internacionais, avaliando sempre os riscos.