BTG Pactual: entrada de estrangeiros impulsionaram a bolsa em setembro (Germano Lüders/Exame)
Repórter de finanças
Publicado em 1 de outubro de 2025 às 15h58.
O clima mais favorável de setembro se mantém em outubro — pelo menos é o que acredita o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME). Isso porque o ciclo de queda nos Estados Unidos, com o Fed cortando 25 pontos-base em setembro, somado a expectativa de flexibilização monetária no Brasil no próximo ano, impulsionam a bolsa.
Em agosto e setembro, o Ibovespa subiu 9,9% em reais e 15,5% em dólares, superando o S&P500 e alguns de seus pares regionais. No acumulado do ano, o Ibovespa subiu 41% em dólares, em linha com seus principais pares da América Latina e melhor do que o S&P500.
Ainda assim, metade da carteira do BTG segue exposta a setores vistos como defensivos, com 20% em serviços básicos, 20% em bancos e 10% em saúde. Poucas trocas foram realizadas no mês, sendo elas Motiva (MOTV3) por Localiza (RENT3) e Equatorial (EQTL3) por Copel (CPLE6).
Para o BTG, apesar da alta da bolsa, o valuation das ações brasileiras ainda está barato, o que é uma porta de entrada para a renda variável. Além disso, o alto fluxo de capital estrangeiro em setembro também colabora para um cenário mais favorável.
Apesar das eleições de 2026 fazerem preço nos ativos do Brasil, a distância ainda deixa a queda da Selic com um maior protagonismo como gatilho que irá mexer nas ações.
O cenário base da equipe econômica do BTG Pactual é de que o início do ciclo de flexibilização monetária será em janeiro de 2026, alinhado com o consenso do mercado. O banco projeta uma redução de 300 pontos-base em 2026, o que levaria a taxa Selic de referência para 12% no final de 2026.
Copel entra para substituir Equatorial. “Acreditamos que a migração para o Novo Mercado e o aumento dos pagamentos de dividendos podem apoiar as ações da Copel no curto prazo. Além disso, a empresa deve se beneficiar dos altos preços da energia, dada sua posição não contratada no segmento de geração”, escreve a equipe lidara por Carlos Sequeira.
Para o banco, a Copel tem cumprido consistentemente suas metas pós-privatização, enxergando fatores positivos para os próximos meses. No caso, a migração para o Novo Mercado no quarto trimestre deve aumentar a liquidez das ações e impulsionar o apelo para investidores estrangeiros.
As ações negociam a uma TIR (taxa interna de retorno) real de 9,2%, acima das 7% – 8% observadas em outras pagadoras de dividendos.
O BTG também retirou Motiva, depois do expressivo avanço das ações neste ano (+48%), e incluiu Localiza em seu lugar, por avaliar que a empresa apresenta um bom momento operacional, especialmente nas divisões RAC (setor de aluguel de veículos) e frota, sendo negociada a um valuation atrativo.
“Além das operações, vemos a Localiza como uma das empresas mais bem posicionadas em nossa cobertura para se beneficiar de um ambiente de taxas de juros mais baixas, dado seu perfil de beta mais alto e capital intensivo”, afirmam os analistas.