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Luiz Barsi: investidor tem que ter malícia para fisgar oportunidades

Bilionário conhecido como 'Rei dos Dividendos' explica a tese que o levou a ampliar as posições em ações da Cielo e do IRB Brasil

Luiz Barsi, um dos investidores brasileiros mais bem-sucedidos na bolsa, em entrevista à EXAME Invest | Foto: Gunther de Werk/EXAME (Gunther de Werk/Exame)

Luiz Barsi, um dos investidores brasileiros mais bem-sucedidos na bolsa, em entrevista à EXAME Invest | Foto: Gunther de Werk/EXAME (Gunther de Werk/Exame)

Karla Mamona
Karla Mamona

Editora de Finanças

Publicado em 18 de novembro de 2021 às 06h20.

Última atualização em 15 de julho de 2025 às 14h49.

Com uma fortuna avaliada em cerca de 2 bilhões de reais, conquistada com investimentos em ações, Luiz Barsi Filho, 82 anos, se tornou referência no mercado. Com mais de 50 anos de experiência, ele é um dos maiores investidores pessoa física da bolsa brasileira.

O foco do economista é comprar ações de empresas que tenham excelentes projetos e que sejam boas pagadoras de dividendos. Não à toa, ele é conhecido como "Rei dos Dividendos". Em sua carteira de ações estão empresas como Unipar (UNIP6), Klabin (KLBN11), Santander (SANB11) e Banco do Brasil (BBAS3).

Na contramão de boa parte dos investidores, Barsi tem comprado ações da Cielo (CIEL3) e do IRB Brasil (IRBR3). Em entrevista exclusiva, ele explicou os motivos para apostar nos dois papéis -- ambos acumulam queda de mais de 40% neste ano. O investidor recebeu a EXAME Invest na sede do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP).

Assista ao vídeo da entrevista com Luiz Barsi:

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Barsi afirma que a cotação atual dos papéis da Cielo, na casa dos 2,50 reais (fechou a 2,23 reais nesta quarta, dia 12), não reflete o valor da companhia. Segundo ele, após a empresa reverter o prejuízo causado principalmente pela redução nos meios de pagamento devido à pandemia, a ação só segue pressionada por causa do volume elevado de aluguel de ações.

“Os fundos não querem que o investidor compre. Eles estão locados e vendidos e isso pressiona o preço para baixo. Os investidores querem comprar. O investidor pessoa física tem que ter um pouco de malícia e saber avaliar a situação com um sentimento de desconfiança.”

De acordo com o economista, em 2019, as ações da Cielo custavam cerca de 25 reais e ela tinha resultado trimestral de R$ 1 bilhão. Hoje, apesar do aumento da concorrência em meios de pagamento, a Cielo reverteu prejuízo e apresentou resultado de 600 milhões de reais nos últimos seis meses, mas a cotação do papel não subiu. “Ela não vale 2 reais. É por isso que eu estou comprando.”

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Outra aposta do investidor é na resseguradora IRB Brasil. O bilionário enfatiza que a companhia superou problemas de governança e passará apresentar resultado positivo. No terceiro trimestre deste ano, a empresa reportou prejuízo líquido de 155,7 milhões de reais, frente a um prejuízo líquido de 215,6 milhões de reais em igual período de 2020, o que representa uma redução de 27,8% no período.

“O problema de má gestão não existe mais na empresa. A resseguradora tem um custo operacional muito menor do que as seguradoras. Ela não tem que captar e já tem o produto. A quantidade de sinistros que tivemos com a pandemia vai reduzir e, com isso, a IRB terá resultados positivos”, afirmou o experiente investidor.

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