Dividendos: investir em ações que distribuem lucros pode ser uma boa estratégia para quem quer ter renda passiva (xPACIFICA/Getty Images)
Repórter de finanças
Publicado em 3 de novembro de 2025 às 15h12.
Apostar em ações pode parecer mais arriscado, mas como uma boa estratégia é possível lucrar em diferentes frentes: tanto com a valorização do papel como no recebimento de dividendos. Proventos também são uma opção para quem quer ter renda passiva e há empresas no mercado que pagam dividendos — e em dólar — há mais de 50 anos, as chamadas Dividend Kings (Rei dos Dividendos).
“Para quem busca renda passiva, companhias com bom histórico de pagamento de dividendos podem ser uma boa opção, já que são pagos diretamente na conta do investidor no momento em que a empresa opta pela distribuição”, diz Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad.
Dividendo é a parte do lucro de uma empresa que é distribuída ao acionista. A remuneração é paga sem periodicidade definida, e algumas empresas podem optar por reinvestir o lucro na própria operação. O valor que o acionista vai receber é proporcional ao que ele tem de participação na companhia.
A maioria das Dividend Kings são dos Estados Unidos. Entre as mais populares estão: Procter & Gamble (paga dividendos há 70 anos), Coca-Cola (64 anos), Johnson & Johnson (64 anos), Colgate-Palmolive (63 anos), Target (55 anos), PepsiCo (54 anos), Walmart (53 anos), S&P Global (53 anos) e McDonald's (50 anos).
Para Bruno Yamashita, analista de Alocação e Inteligência da Avenue, a constância do pagamento de dividendos está ligado ao perfil dessas empresas: são companhias consolidadas, líderes em seus segmentos, multinacionais e com vantagens competitivas.
“Elas também têm uma característica um pouco mais defensiva, em consumo, e também em setores menos cíclicos, por isso acabam tendo uma previsão de fluxo de caixa”, afirma.
Por esse motivo, essas empresas não tem grandes necessidades de reinvestir o lucro em expansão.
“Por um lado, permite o pagamento recorrente de dividendos, e, por outro, também pode significar uma valorização da ação menos expressiva ao longo do tempo”, afirma Zogbi.
Dividendos da Vale dependem de caixa e da nova tributação, diz CFOO ponto positivo de apostar nessas empresas? Dolarizar a carteira, tanto para diversificar geograficamente os investimentos, como para proteger-se da variação cambial. Isso porque o investidor diminui o risco-Brasil, o que é positivo, especialmente em momentos de incertezas.
A desvalorização do real ao longo do tempo também corrói o poder de compra do brasileiro, um efeito que pode ser atenuado pela exposição a moeda forte.
“Existem estudos que mostram que o investidor brasileiro deveria ter entre 16% a 18% do patrimônio atrelado ao dólar para se proteger da variação cambial do consumo básico do dia a dia, que inclui desde o preço da gasolina, até a alimentação, o preço de eletrônicos e o de medicamentos”, comenta Yamashita.
Zogbi acrescenta: “Outra vantagem é o acesso a ativos de setores e teses diferentes dos que estão disponíveis no Brasil, como companhias de tecnologia de alto crescimento e na vanguarda da inovação global.”
Muitas dessas empresas negociam no Brasil através de Brazilian Depositary Receipts (BDRs). Entretanto, há um custo: talvez o investidor encontre problemas de liquidez. Outra opção é abrir conta em uma corretora global para negociar a ação diretamente.
Outra forma de investir nesses ativos é por meio dos Exchange Traded Funds (ETFs), que acompanham automaticamente essas teses, sendo uma das maneiras mais práticas de investir em boas pagadoras de dividendos, sem precisar fazer escolhas individuais de ações.
Vale lembrar que o dividendo é tributado em 30% diretamente na fonte nos EUA, diferentemente do que acontece no Brasil, onde esse pagamento tem isenção do Imposto de Renda (IR) até então.