Veja as 10 melhores ações para investir em abril, segundo o BTG (da-kuk/iStockphoto)
Repórter de mercados
Publicado em 1 de abril de 2025 às 17h36.
Última atualização em 2 de abril de 2025 às 08h38.
A melhora no fluxo de recursos para a bolsa brasileira, com a rotação de ações para fora dos Estados Unidos, e a perspectiva de fim do ciclo de aperto monetário levaram o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME) a adicionar um pouco mais de risco a sua carteira recomendada de renda variável para o mês de abril.
Numa lista de dez nomes, a maior parte da carteira (30%) segue concentrada num perfil mais defensivo, de empresas de energia e saneamento,
Mas os nomes mudaram. Saíram os papéis de Eletrobras (ELET3) e Sabesp (SBSP3) e entraram os de Copel (CPLE6) e Eneva (ENEV3) .
No caso da Copel, a perspectiva é que uma nova política de dividendos pode destravar valor para o papel. Em Eneva, um leilão de reserva de capacidade de energia, previsto para junho, pode funcionar como catalisador para a empresa de geração de energia termelétrica.
Outras duas novidades na carteira são as ações do Nubank (ROXO34) e do Mercado Livre (MELI34) – papéis de ‘beta’ maior, ou seja, que são mais sensíveis à melhora de atividade da economia.
Os papéis entram no lugar de B3 (B3SA3) e TIM (TIMS3), que apresentaram forte performance no acumulado do ano.
Confira as dez ações que o BTG Pactual recomenda para abril:
As ações do gigante do e-commerce tiveram um desempenho ruim em março, com queda de 7%, em linha com o desempenho ruim dos papéis listados na Nasdaq.
Mas os fundamentos melhoraram, com melhora tanto dos níveis de take rate (a taxa cobrada dos vendedores), quando da rentabilidade por conta de serviços adicionais oferecidos na plataforma.
O BTG elevou seu preço-alvo para os BDRs da companhia de R$ 110 para R$ 125 ao fim do ano, depois da divulgação dos resultados do quarto trimestre – o que embute um potencial de alta de 37,7% em relação à cotação atual (R$ 90,76).
As ações da Petrobras seguem na carteira do BTG com o maior peso, de 15% – dando exposição a uma empresa com fluxo de caixa vinculado em dólar e principalmente a dividendos atraentes.
O banco reconhece que a empresa tem uma governança que não está “isenta de falhas”, mas acredita que a estatal hoje tem proteções significativas contra intervenções do governo.
O recente aumento nos investimentos de 2024 levantou preocupações quanto ao payout, pesando sobre os papéis. Mas os analistas do BTG acreditam que se tratou de um fator pontual, que não deve comprometer o pagamento de proventos.
Apesar do forte desempenho em março e no acumulado do ano, o BTG considera que o Itaú ainda está barato em relação aos pares, especialmente considerando “seu posicionamento estratégico, transformação digital e qualidade da gestão”.
“As ações do Itaú devem superar o desempenho de seus pares privados, Bradesco/Santander, por mais um ano, e não vemos isso mudando nos próximos 12 meses. Estamos mantendo o Itaú no portfólio por mais um mês, e como nossa Top Pick entre os bancos incumbentes”, afirmam os analistas.
O BTG substituiu a B3 pelo Nubank após a forte alta da primeira em março, de 16%.
O Nubank, por sua vez, teve queda de 6% em dólar no mês e está com queda de 23% em dólar no acumulado do ano, o que está criando um bom ponto de entrada, na avaliação do banco.
Os analistas reconhecem que há alguns riscos no radar, como a pressão do novo consignado privado para a margem financeira do banco. A volta de David Vélez o ao comando direto também levantou uma dúvida sobre se as coisas não estariam indo conforme o planejado.
Ao valor atual, contudo, o banco considera que os riscos estão mais do que precificados.
Alguns fatores como tarifas, a desaceleração da economia dos EUA e um certo ceticismo com a real demanda por inteligência artificial afetaram a ação no último mês. As margens do quarto trimestre também ficaram abaixo da expectativa, ajudando a puxar o papel para baixo após o balanço.
Mas, dada o valuation atraente de 25 vezes o lucro para 2025, em comparação com uma média histórica de 25-35 vezes, o banco considera este momento como um ponto de entrada.
Para o BTG, os fundamentos da Suzano permanecem sólidos. As probabilidades de fusões e aquisições (M&A) de grande porte e de uma onda de internacionalização diminuíram acentuadamente nos últimos meses, após a tentativa fracassada de compra da International Paper.
Ao mesmo tempo, a empresa deve acelerar seu processo de desalavancagem, ajudando a destravar valor para as ações.
Embora a perspectiva de curto prazo para os preços da celulose continue desafiadora, conforme o BTG, o ciclo parece ter chegado nas mínimas, com três aumentos de preços já bem encaminhados e um quarto anunciado ao mercado.
O banco vê a Equatorial negociando com um prêmio bastante elevado, em relação às NTN-Bs, taxa do Tesouro Nacional indexadas à inflação, que já negociam com yields elevados. Com uma duration de mais de dez anos, proteção total contra a inflação e exposição limitada a uma economia em desaceleração, o banco acredita que a companhia deve ter um 2025 bastante sólido.
A reestruturação da Copel está progredindo com reduções de custos e venda de ativos em condições melhores que as esperadas pelo mercado. Uma nova política de dividendos, que deve ser anunciada em maio, pode ajudar o desempenho das ações. Porém, a companhia ainda não é negociada como uma tese de dividendos, com sua TIR ainda em torno de 11% – muito acima dos players que distribuem muitos proventos, avaliados em algo mais próximo de 6% a 8%.
A Eneva poder ser uma oportunidade com o leilão de capacidade de reserva de junho, que pode funcionar como um gatilho relevante para as ações. Ela é negociada a uma TIR real de 11% mesmo que não consiga recontratar suas usinas térmicas do complexo do Parnaíba. Se conseguir, aos preços atuais rentabilidade saltaria para 14%, nos cálculos do BTG.
O BTG se mostra muito otimista com relação ao segmento habitação de baixa renda, por causa da acessibilidade cada vez maior do Minha Casa, Minha Vida. A Cury vem apresentando sólidos resultados operacionais e financeiros, com lançamentos e vendas crescendo cerca de 50% na comparação anual.
A expectativa é de um forte crescimento de lançamentos no primeiro semestre e que os lucros cresçam 40% em 2025, já que a demanda continua sólida. Além disso, a companhia apresenta um balanço desalavancado e com dividend yield de 10% este ano.