Encerramento de ciclos: como lideranças transformam finais em novas oportunidades.
Colunista
Publicado em 6 de outubro de 2025 às 15h00.
Escrevo este texto inspirado numa palestra que fiz neste final de semana para estudantes. Ao olhar nos olhos de quem está começando sua trajetória, percebi como nossa cultura valoriza o ponto de partida: o primeiro emprego, a primeira ideia, a primeira rodada de investimento. Tudo parece girar em torno dos começos.
Mas, na prática, o que mais molda o futuro não é como começamos, e sim como sabemos encerrar. Encerrar um ciclo profissional, um modelo de negócio que já não se sustenta, uma narrativa que deixou de gerar impacto. O que diferencia líderes, empresas e até países é a capacidade de pôr fim com coragem, clareza e propósito.
A economia contemporânea está repleta de exemplos de organizações que não souberam terminar e se arrastaram até a irrelevância, assim comode indivíduos que, por medo do fim, prolongaram carreiras ou projetos além da conta, desperdiçando energia e criatividade. Em contrapartida, quando uma empresa sabe encerrar um produto no auge, ou quando um profissional tem coragem de redesenhar sua jornada, nasce um espaço fértil para a inovação.
O fim é o maior ato de liderança. Exige consciência de que não há progresso sem fechamento, nem reinvenção sem desapego. Não se trata de desistir. Trata-se de encerrar para poder renascer.
Essa talvez seja a competência mais rara da economia do futuro: administrar finais com a mesma intensidade e entusiasmo com que celebramos os começos.