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Um pouco sobre o futuro em 7 dias: tudo o que vivenciei no SXSW 2025

As ideiais, tendências e descobertas que podem transformar o nosso presente

SXSW 2025: inovações tecnológicas e experiências imersivas transformam Austin em vitrine do futuro. (Amy E. Price/SXSW/Divulgação)

SXSW 2025: inovações tecnológicas e experiências imersivas transformam Austin em vitrine do futuro. (Amy E. Price/SXSW/Divulgação)

Fabio Hayashi
Fabio Hayashi

Colunista

Publicado em 31 de março de 2025 às 17h16.

Minha primeira ida ao South by Southwest (SXSW) foi uma verdadeira explosão de criatividade, inovação e espontaneidade. Se você ainda não conhece, o SXSW  é o tipo de festival onde o futuro acontece: é uma mistura de música, tecnologia, cinema e tudo o que a mente humana pode criar. Imagine entrar em um parque de diversões onde, em vez de montanhas-russas, você tem palestras sobre inteligência artificial, experiências imersivas e empresas que apresentam inovações tecnológicas de “cair o queixo”. A cidade de Austin, nos EUA, é a anfitriã deste evento que mais parece uma janela para o futuro.

Durante os 7 dias em que estive lá, percorri 63 km pelas ruas da cidade, participei de 13 palestras, assisti a  6 shows e me envolvi em diversas ativações e experiências de realidade virtual. Participei até  de uma festa do pijama no quarto do Rohit Bhargava, curador de tendências, especialista em marketing, storyteller e autor de seis livros best-sellers do Wall Street Journal. Esse foi um dos momentos mais espontâneos e divertidos do evento. Entre os momentos mais especiais, fiz uma visita ao Paramount e aproveitei um passeio de barco pelo Rio Colorado.

Mas o SXSW não é apenas sobre números ou experiências turísticas; é sobre a sensação de estar no epicentro de algo que vai transformar o mundo. Cada passo que dei em Austin parecia me aproximar de um futuro não tão distante, onde as possibilidades são infinitas, e as barreiras da inovação estão sendo continuamente superadas.

A cada esquina, o futuro parecia nos alcançar mais rápido do que imaginávamos. O evento trouxe à tona tendências que nos fazem refletir sobre o futuro que está se desenhando bem diante dos nossos olhos. 

Uma das sessões mais impactantes foi “10 tecnologias revolucionárias de 2025”, apresentada por Niall Firth, editor executivo da MIT Technology Review. Ele falou sobre inovações como a mineração de dados, o processamento de linguagem natural e a Inteligência Artificial (IA), que já moldaram o presente e seguirão impactando o futuro. Modelos de linguagem como o GPT-4 da OpenAI e o sistema de IA do Google para buscas estão mudando a forma como interagimos com a informação, e eu, pessoalmente, percebo que estamos apenas começando a explorar todo o seu potencial. A IA não é mais uma ficção científica, ela está presente em cada aspecto de nossas vidas e, quando aplicada com consciência, pode trazer grandes benefícios.

Firth destacou, por exemplo, o uso da IA para a redução de emissões de metano em vacas, uma solução criativa que não só ajuda na preservação do meio ambiente, mas também abre portas para que os agricultores ganhem créditos de carbono. Isso me fez pensar sobre como a tecnologia pode não apenas transformar  nossa relação com o meio ambiente, mas também com a forma como nos relacionamos com os outros. E se os veículos autônomos já são um tópico debatido há anos, empresas como WeRide e Zoox estão dando passos importantes, apesar dos desafios de adaptação às realidades urbanas. Isso me fez refletir sobre o que realmente significa viver em uma cidade do futuro e quais serão os impactos disso para as pessoas comuns.

A experiência imersiva do evento também me marcou. Austin, como cidade, se transformou em um campo experimental onde o futuro está disponível para ser vivido agora. Desde trailers futuristas até instalações artísticas interativas. O que me impressionou, e que talvez seja o maior charme do SXSW, é o acesso quase democrático a essas experiências. Muitas delas são gratuitas, permitindo que todos tenham a oportunidade de explorar as inovações em primeira mão.

Claro, a gastronomia não poderia deixar de fazer parte dessa experiência, com tacos de brisket e paradas obrigatórias em locais como Gus e Coopers. E se você acha que o evento acaba quando terminam as palestras, tome um energético, porque a noite está só começando! A 6th é a rua da bagunça: vários bares que certamente agradam a todas as tribos. Certamente, o que mais agrada nós, brasileiros, é o Pete’s, que tem como atração um duelo de pianos magnífico e recheado de hits.

Agora, se você me perguntar o que mais ficou na minha cabeça após minha participação no festival, eu diria que foi a certeza de que o futuro é TECH, mas precisamos mesmo é de TATO! Vivenciar o SXSW foi uma experiência transformadora, mas também me fez questionar: estamos preparados para as transformações que a tecnologia nos impõe? Enquanto celebramos os avanços, não podemos ignorar os problemas sociais que esses avanços podem gerar. A crescente desigualdade, a falta de preparo para lidar com as consequências dessas inovações, e a presença de pessoas em situações de vulnerabilidade em Austin me fizeram pensar em como estamos divididos em nossa jornada para o futuro.

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