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Bandeira do Brasil perde o azul em campanha sobre proteção dos oceanos

Ação da coalizão SOS Oceano usa o símbolo nacional para alertar sobre a crise marinha e ampliar o debate durante a agenda que antecede a COP30

Bandeira sem azul e com o slogan “Sem azul não há verde” foi hasteada entre o Museu do Amanhã e o MAR durante o lançamento da campanha na Rio Ocean Week (Divulgação)

Bandeira sem azul e com o slogan “Sem azul não há verde” foi hasteada entre o Museu do Amanhã e o MAR durante o lançamento da campanha na Rio Ocean Week (Divulgação)

Juliana Pio
Juliana Pio

Editora-assistente de Marketing e Projetos Especiais

Publicado em 27 de outubro de 2025 às 05h00.

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A bandeira do Brasil ganhou uma versão sem a cor azul em uma nova campanha que alerta para a degradação dos oceanos. A ação, criada pela agência Droga5, marca o lançamento da coalizão SOS Oceano, formada por organizações ambientais que defendem a ampliação das áreas marinhas protegidas no país.

A peça central foi apresentada durante a Rio Ocean Week, no último dia 23, com o slogan “Sem azul não há verde”, associando a saúde dos oceanos à preservação das florestas. Ao remover o azul do símbolo nacional, a campanha busca representar visualmente o desequilíbrio dos ecossistemas brasileiros.

Batizada de “Bandeira Sem Vida”, a iniciativa inaugura uma agenda de mobilização pública que seguirá até a COP30, em novembro, quando o Brasil sediará negociações globais sobre clima e biodiversidade. O objetivo é ampliar o debate sobre a proteção marinha em um momento em que o país tenta assumir maior protagonismo ambiental.

A SOS Oceano reúne organizações como Sea Shepherd Brasil, Instituto Baleia Jubarte, Divers for Sharks, Rede Pró-UC, NEMA e Projeto Golfinho Rotador, com apoio da Blue Marine Foundation. A coalizão afirma que a agenda está alinhada à meta global de proteger 30% dos oceanos até 2030.

Segundo o movimento, o oceano brasileiro sofre com pesca predatória, poluição plástica, avanço desordenado da costa e falta de fiscalização. “O design tem a capacidade de condensar uma ideia complexa em um símbolo que se sente antes de se entender”, diz Diego Limberti, Chief Design Officer da campanha.

Para ele, a proposta busca provocar uma nova percepção sobre as cores da bandeira e a relação entre o oceano e os ecossistemas terrestres. “É do encontro entre o azul e o amarelo que nasce a cor que representa nossas florestas. Assim como na natureza: sem o azul dos oceanos, não há o verde da vida na terra. […] Quando a bandeira perde o azul, ela perde o verde e o vazio visual se torna um alerta”, afirma.

O lançamento incluiu o hasteamento de uma bandeira de 10 metros entre o Museu do Amanhã e o Museu de Arte do Rio (MAR), além de conteúdos digitais, peças de out of home (mídia externa), ações com influenciadores e uma mobilização com o navio da Sea Shepherd, que participa das ativações ao lado de Paul Watson, fundador da organização. A estratégia prevê também materiais bilíngues para reforçar o debate global.

“Nosso papel, como comunicadores, é criar histórias que promovam novas reflexões na sociedade e fazer com que mensagens relevantes saiam das bolhas”, diz Gabriela Rodrigues, Chief Impact Officer na Droga5 e liderança da Walk, unidade dedicada a projetos de impacto social.

Ela afirma que, embora o debate climático costume enfatizar as florestas, é necessário ampliar o olhar para os oceanos, especialmente na preparação do Brasil para a COP30. “Essa campanha é um exemplo de como nossa criatividade pode gerar impacto positivo na sociedade.”

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