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Campanha exibe produtos feitos com microplásticos retirados de sangue humano

Criada pela DM9 para a OKA Biotech, Plastic Blood transforma resíduos retirados de 1.000 bolsas de sangue em objetos impressos em 3D e propõe alternativa biodegradável feita de mandioca

Plastic Blood exibe produtos feitos com microplásticos retirados de sangue humano (Divulgação)

Plastic Blood exibe produtos feitos com microplásticos retirados de sangue humano (Divulgação)

Juliana Pio
Juliana Pio

Editora-assistente de Marketing e Projetos Especiais

Publicado em 1 de maio de 2025 às 09h34.

A OKA Biotecnologia, em parceria com a DM9, apresenta uma nova campanha, intitulada 'Plastic Blood', que explora a realidade alarmante da poluição por microplásticos no corpo humano.

O projeto une design, biotecnologia e sustentabilidade, ao criar produtos a partir de microplásticos extraídos do sangue humano. Entre os itens figurativos estão copos, canudos, sacolas e garrafas, todos produzidos a partir de materiais retirados de bolsas de sangue descartadas.

A criação envolveu a extração de microplásticos de 1.000 bolsas de sangue, totalizando cerca de 450 litros, por meio de um processo de diálise adaptada e isolamento enzimático.

O material foi então utilizado para a impressão em 3D de objetos que compõem a exposição desenvolvida pela DM9. A campanha busca conscientizar sobre o impacto invisível do plástico em nosso organismo, chamando a atenção para a presença desses resíduos em nosso sangue.

Pesquisas indicam que os seres humanos ingerem aproximadamente 5g de microplásticos por semana. O estudo “Ingested microplastics: Do humans eat one credit card per week?”, divulgado pela University of Newcastle, revela que essa ingestão ocorre por meio da água, alimentos e o contato com embalagens plásticas.

Ao longo da vida, estima-se que uma pessoa acumule cerca de 25kg de microplástico, o que pode contribuir para o desenvolvimento de doenças como demência, câncer e distúrbios neurodegenerativos.

O Brasil, quarto maior produtor de resíduos plásticos do mundo, recicla apenas 1% desse material, segundo dados do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre). Mesmo com a crescente conscientização sobre a poluição dos oceanos, a descoberta de que o microplástico circula no sangue humano traz uma nova dimensão ao problema, alertando para os riscos à saúde.

“Nosso desafio criativo era transformar uma questão microscópica e invisível em uma experiência física, emocional e midiática. Plastic Blood reimagina a poluição plástica não como uma questão ambiental, mas como uma crise de saúde humana. Essa transformação chocante cativa e perturba, forçando as pessoas a confrontar o que vive dentro delas devido ao uso diário do plástico”, explica Laura Esteves, VP de criação da DM9.

A campanha, além de despertar a conscientização, também apresenta uma solução alternativa e inovadora. A OKA Biotech, empresa especializada em biotecnologia, desenvolve materiais biodegradáveis 100% naturais, produzidos a partir da mandioca. Esses materiais têm o potencial de substituir o plástico em diversas indústrias e contribuem para a redução da poluição.

Érika Cezarini Cardoso, fundadora da OKA Biotech, detalha o processo sustentável da empresa: “Nosso processo produtivo é limpo. Além de gerar zero resíduos e exigir pouca água, utilizamos energia renovável e transformamos a mandioca em matérias-primas que resultam em produtos práticos, resistentes, térmicos, 100% biodegradáveis e até comestíveis. Dessa forma, as empresas podem adotar embalagens que não agravam o problema da poluição.”

A iniciativa se torna um convite para que as empresas reconsiderem o uso de plásticos e optem por soluções mais sustentáveis. Ao mesmo tempo, reforça a urgência de enfrentar a poluição invisível que afeta diretamente a saúde humana, destacando a relação intrínseca entre o meio ambiente e o organismo.

A campanha Plastic Blood não apenas coloca em evidência um problema invisível, mas também aponta um caminho para um futuro sem a dependência do plástico, mostrando que a natureza oferece alternativas viáveis para os desafios ambientais atuais.

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