Aprendizados de uma trajetória empreendedora marcada por erros, conexões, inovação e evolução contínua
Colunista
Publicado em 26 de outubro de 2025 às 18h35.
Refletindo sobre minha jornada empreendedora e pessoal, me peguei pensando como teria sido bom poder voltar no tempo e conversar comigo mesmo no início da minha carreira. Afinal, com o tempo (e algumas cicatrizes), adquirimos experiências valiosíssimas que gostaríamos de ter conhecido mais cedo.
Inspirado por essa reflexão e pelos dados divulgados recentemente na pesquisa Global Entrepreneurship, conduzida pelo Sebrae em parceria com a Anegepe, que mostram que a taxa de empreendedorismo no Brasil alcançou 33,4% em 2024, a maior registrada nos últimos quatro anos, decidi compartilhar quais seriam os principais conselhos que gostaria de ter ouvido como jovem empreendedor, lá no começo da minha trajetória em 2008.
O primeiro, e talvez o mais difícil de aceitar, é: não tenha medo de falhar! Quando somos jovens, o medo do fracasso assusta e paralisa. Na ânsia de evitar erros, acabamos deixando passar oportunidades incríveis de aprender e crescer. Hoje, sei que nossos maiores aprendizados vêm justamente das inevitáveis falhas no meio do caminho, e, ainda que fracassar seja doloroso, é preciso encarar cada tropeço como uma aula que nos aproxima do sucesso.
Outra dica valiosa é cercar-se de pessoas incríveis. A qualidade das conexões humanas que fazemos ao longo da vida impactam profundamente quem somos e o que conquistamos. É importante que os jovens empreendedores saibam valorizar as relações, buscando pessoas que o inspirem e incentivem a crescer. Costumo dizer que ninguém alcança grandes objetivos sozinho, por isso é fundamental se cercar de pessoas que compartilhem seus valores, que te desafiem e que sejam melhores do que você em diferentes áreas – tudo isso contribui para elevar o próprio potencial.
Além disso, é essencial compreender que a inovação não é sobre tecnologia, mas sim sobre resolver problemas reais. No início da carreira, enxergava inovação como algo muito ligado à tecnologia em si. Porém, com o tempo, entendi que inovar é muito mais uma questão de mentalidade, de compreender profundamente as dificuldades que as pessoas enfrentam e ter coragem para resolvê-las de novas e diferentes maneiras.
Portanto, ao invés de se apegar tanto às ferramentas, o mais importante é se atentar ao impacto real que elas geram.
Ainda que só tenhamos compreendido melhor a importância dos cuidados com saúde mental e física nos últimos anos, se pudesse voltar no tempo, diria ao meu eu mais jovem: cuide-se mais cedo, pois sua energia é o seu maior ativo, e priorize o sono, alimentação e momentos de descanso. Quando somos jovens, sentimos que somos invencíveis. Trabalhamos horas seguidas, dormimos pouco, negligenciamos a saúde física e mental. Porém, a cada dia fica mais claro que equilíbrio não é luxo, mas sim necessidade. Por isso, acredito que cuidar da mente e do corpo é uma prioridade absoluta.
Não poderia deixar de mencionar a capacidade de aprender e reaprender continuamente, que é o diferencial mais poderoso que alguém pode ter. Nesse sentido, é fundamental cultivar a curiosidade, buscando conhecimento fora da zona de conforto – não só sobre negócios, mas sobre temas diversos como psicologia, história, filosofia e até artes. Quanto mais ampla a visão de mundo, mais criativas serão as soluções desenvolvidas.
Por fim, mas não menos importante: confie no processo, não apenas no resultado, e celebre as vitórias, mesmo que pequenas. É comum ficarmos ansiosos pelo sucesso imediato. Porém, as maiores conquistas levam tempo e são resultado de muito esforço, consistência e paciência. Além disso, visto que empreendedores e pessoas ambiciosas tendem a focar sempre no próximo objetivo, essa postura pode ser desgastante, então é positivo reconhecer e aproveitar cada conquista para manter a energia, entusiasmo e motivação.