Corinthians pode trocar a Nike pela Adidas em uma das maiores mudanças no futebol brasileiro (Corinthians/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 10 de maio de 2025 às 08h00.
A ideia de que o Corinthians pode encerrar sua longa parceria com a Nike, que já dura mais de duas décadas, para fechar com a Adidas tem agitado o noticiário e o mercado em geral. A negociação entre as partes já estaria avançada e representaria uma das maiores trocas de fornecedores de material esportivo no futebol brasileiro nos últimos tempos.
Para especialistas, essa mudança pode trazer ganhos imediatos nas vendas de camisas e ajudar a reposicionar estrategicamente a marca Corinthians.
No entanto, também há desafios significativos, como o risco de rejeição por parte dos torcedores, que têm uma forte identidade construída ao longo dos 22 anos com a Nike, além das comparações e da complexidade da adaptação logística e de marketing que o clube precisará implementar rapidamente.
“A possível troca da Nike pela Adidas no Corinthians pode gerar um grande aumento nas vendas de camisas e reposicionar a marca do clube, assim como aconteceu com Arsenal e Flamengo", diz Ricardo Bianco Rosada, especialista em marketing esportivo e fundador da consultoria Brmkt.co.
Segundo ele, no Arsenal, a Adidas fez um investimento pesado em marketing e design clássico, alcançando recordes de vendas. Já no Flamengo, a retomada da parceria em 2013 consolidou uma identidade visual forte e gerou produtos esgotados em poucos dias.
"O desafio para o Timão será gerenciar essa mudança após 22 anos com a Nike, equilibrando a nostalgia, o novo design — que altera a identidade visual — e a adaptação da torcida, exigindo uma reestruturação logística e de marketing rápida e eficiente”, analisa.
Considerado dono da segunda maior torcida do Brasil, dado apontado em diversas pesquisas realizadas, o Corinthians é um dos clubes com maior volume de vendas de camisas no país, e a adoção de um novo fornecedor pode impactar significativamente esse cenário.
O engajamento gerado pelo time paulista e a comoção associada ao volume de vendas de camisas no país também podem impactar o conteúdo digital, as ações promocionais e o relacionamento com patrocinadores.
“A mudança da Nike para a Adidas impacta o mercado e é positiva para o clube em termos financeiros. O torcedor se acostumou com a Nike, mas a Adidas é uma grande marca e também tem uma força enorme. Seria um novo fornecedor, uma nova camisa, e isso, obviamente, deve gerar uma grande receita para a empresa e para o Corinthians, que tem um percentual nas vendas. A parceria, quando é nova, ainda mais com duas marcas desse tamanho, gera curiosidade e receita”, afirma Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports.
A expectativa do mercado é que, confirmada a troca, o lançamento da nova camisa da Adidas para o Timão seja tratado como um marco estratégico para 2025, podendo inaugurar uma nova era no posicionamento comercial do clube.
“É um período longo de parceria, em que existe um histórico importante a ser analisado pela marca que sai e, além disso, um trabalho intenso de quem está entrando, porque é uma ruptura que não é comum neste segmento para clubes brasileiros, afinal, são mais de duas décadas juntos. De qualquer forma, sempre existe uma vontade pelo ‘novo’ e, se a marca atende aos desejos e sabe ouvir o torcedor, a chance de sucesso de venda passa a ser gigante, pois trata-se de uma das mais apaixonadas torcidas do nosso país”, finaliza Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo.