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Fifa limita patrocínio no Super Mundial de Clubes a uma única marca por uniforme

Nova regra vale para camisas de jogo, treinos e coletes, impactando estratégias de marketing e receitas dos clubes participantes

Uniformes usados no Super Mundial de Clubes terão apenas um patrocinador, posicionado no espaço máster, conforme nova regra da Fifa (DAVID ROWLAND/AFP/Getty Images)

Uniformes usados no Super Mundial de Clubes terão apenas um patrocinador, posicionado no espaço máster, conforme nova regra da Fifa (DAVID ROWLAND/AFP/Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 19 de abril de 2025 às 21h17.

A Fifa definiu que os clubes que disputarão o Super Mundial de Clubes, entre 15 de junho e 13 de julho, nos Estados Unidos, só poderão exibir um patrocinador nas camisas de jogo. A marca deve ocupar exclusivamente o espaço máster, restringindo outras inserções comerciais no uniforme.

A regra também se aplica a outras peças de vestuário, como agasalhos, coletes e camisas de treino. A medida visa eliminar conflitos com os patrocinadores oficiais do torneio e criar um padrão visual entre as equipes participantes.

A mudança impacta diretamente o modelo de receita dos clubes, que costumam dividir seus uniformes com várias marcas. “O máster é a propriedade mais cara dentro do cardápio de patrocínios de um clube de futebol, e nada mais justo que ter seu momento de exclusividade em um momento como esse”, diz Renê Salviano, CEO da Heatmap.

Para Ivan Martinho, professor de marketing esportivo na ESPM, a restrição traz desafios para os clubes em termos de receita. “No futebol, o mercado em que um clube está inserido determina significativamente sua capacidade de gerar receitas, especialmente em direitos de transmissão e patrocínios. A internacionalização da marca de um clube é estratégica para ampliar o mercado-alvo e exercer influência além das fronteiras nacionais”, explica.

Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports, avalia a padronização como um avanço. “A regra é válida, uma vez que existem clubes de diversas partes do mundo, com culturas distintas, e muitas vezes os uniformes ficam poluídos. Para padronizar, a Fifa resolveu adotar essa medida, o que na minha visão é assertivo”, diz.

Segundo Fernando Kleimmann, sócio-diretor da Volt Sport, fornecedora de material esportivo, a estética também foi considerada. “O regulamento prioriza a estética e a padronização visual do torneio, resultando em camisas mais ‘limpas’ e alinhadas a um padrão internacional”, afirma.

Com as restrições, patrocinadores que perderão visibilidade direta nos uniformes buscam alternativas para ativar suas marcas durante o torneio. “No ambiente digital, é possível usar parcerias com influenciadores, hashtags exclusivas, desafios e transmissões ao vivo com conteúdo exclusivo”, diz Thales Rangel Mafia, gerente de marketing da Multimarcas Consórcios.

Ele aponta ainda que o merchandising licenciado, como coleções temáticas e produtos em edição limitada, permite manter a marca próxima ao clube. Plataformas como e-sports e NFTs são opções para engajar o público jovem.

No ambiente físico, ações presenciais também estão em análise. “Mesmo sem exposição direta no uniforme, é possível buscar visibilidade em telões, zonas de alimentação e espaços VIP, além de promover experiências imersivas com os torcedores”, complementa Mafia.

Para Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, a primeira edição do torneio deve priorizar a experiência visual. “É razoável que queiram o deixar ao máximo parecido com o Mundial de seleções, diminuindo o número de marcas associadas aos clubes e valorizando os patrocinadores do torneio”, afirma.

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