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Não importa Lula ou Bolsonaro, Brasil deveria ter um 'Ministério do Futuro', diz Amy Webb

À Exame, futurista afirmou que o país precisa de uma estrutura estável para reunir diferentes grupos e acelerar a transformação tecnológica

Amy Webb durante o Rio Innovation Week, onde defendeu que o modelo de IA será o principal ponto de contato das marcas com os consumidores (Ag Enquadrar)

Amy Webb durante o Rio Innovation Week, onde defendeu que o modelo de IA será o principal ponto de contato das marcas com os consumidores (Ag Enquadrar)

Juliana Pio
Juliana Pio

Editora-assistente de Marketing e Projetos Especiais

Publicado em 17 de agosto de 2025 às 13h12.

Última atualização em 17 de agosto de 2025 às 14h41.

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A futurista Amy Webb defendeu a criação de um “Ministério do Futuro” no Brasil, independente de governos e partidos. Em entrevista a EXAME, logo após seu painel no Rio Innovation Week, na última sexta-feira, 15, ela afirmou que o país precisa de uma estrutura estável para organizar a colaboração entre diferentes grupos e acelerar a transformação tecnológica.

“Não importa se é Lula, Bolsonaro, liberal ou conservador. O governo brasileiro deveria ter algo como um 'Ministério do Futuro' e esse ministério não deveria mudar conforme os líderes entram e saem”, disse.

Segundo Webb, a função desse órgão seria reunir empresas, universidades, cientistas e sociedade civil. “O trabalho não é de técnico ou científico, é de pessoas. Esse 'Ministério do Futuro' deveria ser o melhor do mundo em juntar diferentes grupos. Se o Brasil criasse isso, investisse um pouco e incentivasse a colaboração, vocês veriam mudanças rápidas”, afirmou.

Ela citou como exemplo a chegada tardia do 5G no país. “O Brasil recebeu o 5G muito tarde, com milhares de pequenas operadoras no país. É preciso alguém para organizar e incentivar. Vocês deveriam ligar para o Lula e dizer isso”, afirmou.

No painel que antecedeu a entrevista, Webb afirmou que o futuro da internet será sem buscas, marcado pela ascensão dos agentes de inteligência artificial. Para ela, os sistemas que aprendem e se adaptam em tempo real substituirão progressivamente a lógica de pesquisas em buscadores.

Ao comentar a discussão sobre inteligência artificial geral (AGI), Webb foi cética em relação à associação direta com os grandes modelos de linguagem (LLMs). “Não acho que a AGI vá surgir apenas dos modelos de linguagem. Ela precisaria de muitos outros tipos de dados, não só linguagem — dados comportamentais e de várias naturezas.”

Questionada sobre os impactos no Brasil, a futurista destacou que setores serão afetados não apenas pela tecnologia, mas também por fatores externos. “As mudanças climáticas já estão provocando disrupções. O que aconteceu no sul do Brasil foi um evento climático que impactou a produção. A IA pode ser parte da solução, mas é preciso começar a usá-la”, disse.

No campo do marketing, diante desse cenário tecnológico transformador, Webb aconselhou os líderes brasileiros a dividir o foco entre presente e futuro. “Os CMOs precisam dedicar 50% do tempo às demandas atuais e 50% ao planejamento do futuro. Muitos ainda pensam só no próximo ciclo ou campanha. Isso não basta.”

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