Marketing

Propósito de marca é a nova fronteira do marketing

Conceito vem sendo discutido e aplicado por empresas como Apple e Havaianas

Joey Reiman: "Se pudermos encontrar um "Por quê?" em nossa vida e isto se conectar com nossa marca ou empresa, estamos no lugar certo" (Fabiano Accorsi)

Joey Reiman: "Se pudermos encontrar um "Por quê?" em nossa vida e isto se conectar com nossa marca ou empresa, estamos no lugar certo" (Fabiano Accorsi)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2010 às 14h13.

São Paulo - As empresas têm um novo desafio daqui para frente: ter um propósito. Algo que inspire as pessoas a comprarem seus produtos ou a utilizarem os seus serviços não apenas porque são os melhores em qualidade ou oferecem o melhor preço ou valor, mas porque contribuem para uma causa.

O maior embaixador do propósito de marca no mundo é Joey Reiman. CEO da consultoria americana BrightHouse e um dos maiores pensadores de marca do globo, Reiman esteve no Brasil no último mês.

Segundo o especialista, o propósito da empresa é que vai diferenciá-la das demais num futuro próximo, muito embora já existam companhias que utilizem este conceito e, com isso, estão liderando em suas categorias sem competidores à altura. Por isso, é preciso que as marcas definam, logo, o seu propósito antes que percam suas vantagens competitivas. Se o diferencial hoje é um atributo funcional, amanhã será uma causa. “É mais do que a missão, a visão e os valores da empresa”, ensina Fernando Jucá, sócio-diretor do Grupo Troiano. O propósito é tangibilizado em ações concretas, percebidas e valorizadas pelos consumidores.

As empresas que já entenderam a importância do propósito para as suas marcas estão sorrindo de orelha a orelha porque conquistam milhões de clientes no mundo todo de forma aparentemente inexplicável. As pessoas simplesmente amam estas marcas. São casos conhecidos, nomes como Apple e Havaianas são pioneiras e apostam neste conceito há algum tempo. A BrightHouse, inclusive, ajudou a Alpargatas na internacionalização da Havaianas.

Como fazer

Na teoria, a Apple pode vender computadores, telefones, tocadores de músicas e tablets, mas na prática, a partir de seu propósito, comercializa design, inovação e criatividade. Já a Havaianas não distribui chinelos de borracha, mas vende a alegria de viver. Seus produtos e sua marca transportam o consumidor, imediatamente, para um ambiente descontraído, despojado, sem estresse e que suscita bons momentos.

Um propósito único e autêntico tem o poder de atrair os consumidores. “O que toca as pessoas são boas histórias e causas que mobilizem a sociedade”, aponta Reiman. “O desafio é criar um motivo que as engaje”. A marca deve, portanto, inspirar o consumidor. Conectar pessoas em torno de uma causa. O grande desafio, para as empresas, é descobrir o seu propósito e fazer dele uma verdade. Elas devem começar essa descoberta buscando o seu motivo de existir.

Olhar para a cultura, a essência e os valores da companhia é um bom começo. Segundo Reiman, deve se perguntar o que o mundo perderia se a empresa deixasse de existir. Outro questionamento a ser feito é: do que o mundo precisa? E, claro, como a empresa pode preencher esta necessidade. É passar da fase de marca funcional e até mesmo aspiracional para uma que tem e promove uma causa. E, dando um significado maior à empresa, o consumidor fará isso por tabela.

Acompanhe tudo sobre:estrategias-de-marketingMarcas

Mais de Marketing

A estratégia da Amazon para construir times de marketing de alta performance

Quatro perfis de consumidores que vão desafiar as marcas até 2027, segundo CEO da WGSN

Como as marcas podem entrar no universo gamer, setor que movimenta US$ 250 bilhões

Meta está usando esta estratégia para atrair usuários do TikTok para o Instagram